Produto Mínimo Viável (MVP): o que é e como fazer?

Aprenda a criar um MVP para validar sua ideia rapidamente.

Como garantir o sucesso de uma mercadoria ou serviço? Não há uma fórmula infalível para garantir a lucratividade, mas há maneiras de testar a aceitação da sua ideia. É o caso, por exemplo, do Produto Mínimo Viável (MVP).

Essa estratégia é valiosa para testar e desenvolver novas ideias de produto, com um menor investimento inicial. Além disso, ele preza pela objetividade, fazendo com que as principais funcionalidades sejam destacadas.

Continue a leitura para entender melhor o que é o Produto Mínimo Viável e como desenvolvê-lo!

O que é um Produto Mínimo Viável (MVP)?

O Produto Mínimo Viável é a versão mais simples e enxuta de um produto ou serviço. São utilizados o menor número possível de recursos para desenvolvê-lo, já que o objetivo é apresentar a principal proposta de valor de uma ideia.

Com a apresentação dessa proposta, é possível validar um produto antes de lançá-lo de fato. Isso é importante por vários motivos:

  • chamar a atenção de investidores, que poderão aplicar capital para que a solução final possa ser desenvolvida de fato;
  • identificar melhorias;
  • testar a ideia com clientes em potencial;
  • apresentar a ideia para outros colaboradores da empresa, de modo que eles possam sugerir mudanças para aperfeiçoá-la e deixá-la com a cara do empreendimento;
  • conquistar parceiros que se empolguem com a proposta de valor;
  • em geral, receber feedback a respeito de algum produto ou serviço que esteja sendo desenvolvido.

A sigla MVP, que também é utilizada para se referir ao Produto Mínimo Viável em textos em português, descreve o nome desse instrumento em inglês: Minimum Viable Product.

Quais são os benefícios de criar um MVP para novos produtos e serviços?

Confira algumas das principais vantagens:

  • redução de riscos: um MVP pode ainda estar longe da versão final desejada de um produto, mas é muito eficiente para apresentar a ideia central e a funcionalidade. Com isso, a empresa recebe um feedback a respeito da aceitação, por parte do mercado, daquela mercadoria ou serviço — reduzindo os riscos de lançar algo que gere muitos custos e fracasse;
  • possibilidade de ajustes: com o MVP, os desenvolvedores do produto ou serviço receberão ajustes e sugestões. Desse modo, poderão aprimorar e tornar o novo projeto mais vendável;
  • foco no cliente: quando o produto é desenvolvido com base no feedback do público-alvo ao MVP, a tendência é de que ele tenha uma boa aceitação no mercado;
  • rapidez no lançamento: o MVP agiliza o desenvolvimento, já que os desenvolvedores do produto terão uma ideia clara daquilo que precisam fazer para lançar algo que faça diferença na vida das pessoas. Além disso, há a possibilidade de atrair investimentos, que também aceleram os trabalhos;
  • foco na solução. Um bom MVP é objetivo e se concentra em mostrar como um determinado produto ou serviço opera e, principalmente, como ele soluciona problemas reais. O foco é todo na proposta de valor.

Também é interessante conferir o que o Sebrae tem a dizer sobre o tema:

“Para quem tem uma ideia para tirar do papel, mas, dispõe de poucos recursos, o método é essencial porque evita desperdício de dinheiro em um empreendimento. Startups são as que mais aproveitam o MVP, mas ele pode ser implementado em qualquer tipo de negócio: micro, pequeno, médio ou grande.”

Como desenvolver um MVP?

Entendido o conceito e os benefícios, conheça as principais etapas de desenvolvimento do MVP!

Desenvolva a proposta de valor

O MVP serve, basicamente, para apresentar a proposta de valor. Para chegar lá, algumas perguntas ajudam no processo:

  • Qual será o diferencial?
  • Que tipo de problema esse produto soluciona?
  • O que o torna melhor que as soluções da concorrência
  • Como o público vai utilizá-lo?
  • Por que alguém deveria comprá-lo?

Esses questionamentos são valiosos para que o MVP realmente apresente os valores centrais do produto finalizado e para que as suas utilidades e funcionalidades sejam conhecidas.

Escolha o público-alvo adequado

O público-alvo para o MVP deve ser selecionado com cuidado. É preciso que essas pessoas tenham as mesmas características de quem já consome os produtos da empresa, para que os resultados não fujam muito do esperado.

Determine o tempo de teste

Dedicar pouquíssimo tempo à apresentação do MVP pode não ser o suficiente para apresentar as características, mas exagerar no tamanho pode atrapalhar o cronograma de lançamento no mercado. Por isso, busque o equilíbrio entre as duas alternativas.

Conduza o teste

A quarta etapa envolve testar a aceitação do público. Caso isso não seja feito, o MVP perderá a sua razão de ser — já que o produto pode acabar sendo lançado no mercado sem que as pessoas que deveriam comprá-lo tenham a chance de conhecê-lo primeiro.

A condução do teste tem duas fases principais:

  • alpha, quando a proposta de valor é testada junto a um público menor e mais controlado. Desse modo, a empresa escolhe quem participará do teste;
  • beta. A apresentação é mais geral, com pessoas diferentes, simulando um público-alvo mais amplo.

Nas duas etapas, a empresa deve prestar atenção à receptividade do público em relação à proposta de valor. Vale notar que não é necessário cumprir esses dois testes: caso seja o desejo da empresa, ela pode optar por apenas um.

É comum que empreendedores apresentem produtos ou serviços na fase beta, que demanda menos tempo de preparação — mas é importante esclarecer que várias mudanças podem ocorrer até o lançamento.

Registre os feedbacks recebidos

Dentro das atividades de aceitação da proposta de valor, é fundamental recolher o feedback das pessoas para entender os pontos fortes e o que precisa ser melhorado. Filtre tudo o que for interessante, que se encaixe nos seus objetivos e, principalmente, que seja economicamente viável.

Faça os ajustes necessários

Essa é a etapa de adaptação, de modo que as sugestões mais valiosas sejam assimiladas e aplicadas. Contudo, é importante lembrar que nem toda opinião deve ser seguida à risca: filtro tudo que se encaixe nos objetivos de negócio e que possa trazer lucratividade.

Em alguns casos, é possível apresentar o MVP novamente, após os ajustes. Só é preciso tomar cuidado para obedecer ao cronograma de lançamento, principalmente se ele foi acordado junto a investidores e parceiros.

Quais são alguns exemplos de MVPs que geraram grandes produtos?

Muitos produtos e serviços que utilizamos hoje já foram MVPs — desde o Playstation até empresas inteiras. Confira alguns exemplos:

  • Amazon: sim, a gigante do e-commerce já foi uma “simples” loja de livros on-line. O MVP mencionava o site e uma lista das obras comercializadas. O dono, o bilionário Jeff Bezos, costumava colocar os produtos no correio, por conta própria. O resto é história;
  • Airbnb: o MVP da empresa citava quartos vagos em residências como uma alternativa de hospedagem. Deu muito certo;
  • Dropbox: o serviço de armazenamento na nuvem inovou ao fazer um vídeo didático com seu MVP;
  • Facebook: a rede social nasceu como um experimento controlado, restrito a algumas universidades americanas de prestígio;
  • Spotify: o MVP era um aplicativo para computadores de mesa (desktops), apresentado em um grupo fechado;
  • iFood: sim, o iFood também teve o seu próprio MVP, que permitiu que a empresa testasse a aceitação do público em relação à possibilidade de pedir diversos tipos de comida on-line;
  • entre muitos outros!

O Produto Mínimo Viável, também conhecido pela sigla MVP, é uma maneira de apresentar e despertar interesse em cima de um possível novo lançamento da empresa. Caso os testes iniciais sejam bem-sucedidos, também há a possibilidade de atrair investimentos para produzir algo ainda melhor.

Aproveite a visita ao blog para aprender outro fundamento essencial do empreendedorismo: saiba como planejar melhor as vendas!

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Por Pedro Camargo

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