Entender os diferentes tipos de medicamentos é essencial para consumidores, profissionais da saúde e donos de farmácias. Especialmente para quem é empreendedor iniciante.
Alopáticos, fitoterápicos, genéricos, manipulados, com ou sem receita. Cada categoria tem regras, públicos, margens e demandas diferentes. E entender essas diferenças é o que separa quem vende por vender de quem constrói um negócio sólido, ético e lucrativo.
Neste guia, você vai encontrar tudo o que precisa para começar a vender corretamente ou para saber usar ou prescrever. Vamos lá?
Quais são os tipos de medicamentos?
O universo dos medicamentos vai muito além da prateleira da farmácia. Existem diferentes classificações, cada uma com seu critério, finalidade e contexto de uso.
Vamos analisar.
Classificação quanto à prescrição
Medicamentos que exigem receita (tarja vermelha e preta)
Alguns remédios precisam de prescrição médica obrigatória, por envolverem riscos de uso indevido, efeitos adversos graves ou interação com outras substâncias.
A tarja vermelha indica que o medicamento só deve ser usado sob orientação profissional, enquanto a tarja preta é ainda mais restritiva: refere-se a substâncias controladas, como psicotrópicos, que exigem receita especial, em duas vias, com retenção da original pela farmácia.
Medicamentos isentos de prescrição (MIPs)
Apesar de não exigirem receita médica, os MIPs não são inofensivos.
São medicamentos utilizados no alívio de sintomas leves e conhecidos — como dor de cabeça, febre ou má digestão — e seu uso deve respeitar a dosagem e o tempo de tratamento recomendados na bula.
Automedicar-se com MIPs de forma frequente pode mascarar doenças ou causar problemas mais sérios.
Classificação quanto à composição e origem
Alopáticos
Esses são os medicamentos tradicionais, desenvolvidos com base na farmacologia moderna. Atuam combatendo diretamente os sintomas ou a causa da doença, por meio de substâncias sintéticas e semissintéticas.
São o tipo mais comum e abrangem desde antibióticos até anti-inflamatórios.
Homeopáticos
Desenvolvidos a partir do princípio da similitude, os medicamentos homeopáticos utilizam substâncias altamente diluídas que, em doses maiores, provocariam os mesmos sintomas da doença.
Embora controversos no meio científico, esses medicamentos possuem grande aceitação popular e fazem parte de um sistema terapêutico alternativo.
Fitoterápicos
Produzidos a partir de extratos vegetais padronizados, os fitoterápicos têm ação terapêutica comprovada por estudos clínicos.
Um exemplo clássico é o uso da erva-cidreira como ansiolítico leve. Ao contrário do chá caseiro, esses medicamentos seguem controle rigoroso de qualidade e eficácia.
Biológicos
São produzidos a partir de organismos vivos, como células ou microrganismos.
Utilizados no tratamento de doenças complexas (como cânceres, doenças autoimunes e inflamatórias crônicas), eles oferecem terapias mais específicas e potentes, com foco em alvos moleculares.
Manipulados
Preparados sob medida em farmácias de manipulação, esses medicamentos atendem necessidades individuais.
A concentração, forma farmacêutica e associação de substâncias são definidas pelo médico, com base nas condições e características do paciente. São uma alternativa especialmente útil para pessoas com restrições específicas.
Biossimilares
São versões semelhantes, mas não idênticas, de medicamentos biológicos de referência.
Passam por processos regulatórios rigorosos para garantir segurança e eficácia, mas por serem desenvolvidos por empresas diferentes, após a perda da patente do produto original, podem apresentar variações mínimas. São mais acessíveis em termos de custo.
Classificação quanto à ação terapêutica
Aqui, o foco está no efeito produzido no organismo. A variedade é grande, e listar todos os grupos seria impraticável, mas vale destacar os mais comuns:
- Analgésicos: combatem a dor;
- Anti-inflamatórios: reduzem inflamações e, muitas vezes, também aliviam dor e febre;
- Antibióticos: combatem infecções causadas por bactérias. Seu uso inadequado favorece a resistência bacteriana;
- Antidepressivos: atuam no equilíbrio de neurotransmissores, ajudando no tratamento da depressão e de outros transtornos psíquicos;
- Antipiréticos: reduzem a febre;
- Antialérgicos (anti-histamínicos): minimizam os sintomas de alergias, como espirros e coceira.
Entre outros: antitérmicos, antidiabéticos, anticonvulsivantes, laxantes, broncodilatadores etc.
A indicação correta depende não apenas dos sintomas, mas da origem do problema, da condição do paciente e do risco de efeitos colaterais.
Classificação quanto à via de administração
O modo como o medicamento é absorvido pelo organismo também gera uma divisão importante:
- Oral: comprimidos, cápsulas e xaropes. Práticos e comuns;
- Injetável: ação rápida, usada em situações de emergência ou quando há dificuldade de absorção oral;
- Tópica: aplicação direta na pele ou mucosa, como pomadas, cremes e géis;
- Sublingual: colocados sob a língua, proporcionam absorção rápida, comum em medicamentos para dor ou controle de pressão;
- Transdérmica: adesivos que liberam a substância aos poucos, como em tratamentos hormonais ou para parar de fumar;
- Inalatória: utilizada no tratamento de problemas respiratórios, como asma ou DPOC, por meio de aerossóis ou nebulizadores.
A escolha da via depende da condição clínica, da velocidade de ação desejada e da conveniência para o paciente.
Qual a diferença entre medicamentos de referência, genéricos e similares?
Três nomes que confundem muitos consumidores, mas que têm diferenças bem claras no contexto de qualidade, preço e prescrição.
Medicamentos de referência
São os produtos originais, desenvolvidos por laboratórios após anos de pesquisa e testes clínicos.
Por esse motivo, são mais caros e funcionam como parâmetro para as outras versões no mercado. Após o vencimento da patente (geralmente após 20 anos), outras empresas podem produzir cópias.
Medicamentos genéricos
São cópias exatas dos medicamentos de referência, com o mesmo princípio ativo, concentração, forma farmacêutica, via de administração e eficácia.
A principal diferença está na embalagem (não leva marca) e no preço: por não haver custo com pesquisa, o valor tende a ser bem menor. São identificados pela tarja amarela com a letra “G”.
Medicamentos similares
Têm o mesmo princípio ativo do medicamento de referência, mas podem apresentar diferenças em cor, forma, excipientes ou embalagem.
Para estar no mercado, o similar precisa comprovar sua bioequivalência — ou seja, demonstrar que age no corpo da mesma forma que o de referência.
Quando usar cada um?
Se há receita com nome comercial e autorização médica, o paciente pode optar pelo genérico ou similar, desde que o farmacêutico confirme a equivalência. Quando a prescrição já vier com o nome genérico, não há dúvida: basta escolher a opção mais acessível e confiável.
Como vimos, os tipos de medicamentos variam bastante a depender da via de administração, origem, referência e prescrição. Para continuar entendendo como ter sucesso no ramo farmacêutico, entenda como fazer delivery de medicamentos.
Perguntas Frequentes
O de referência é o original; o genérico é igual, mas sem marca; o similar é parecido, com comprovação de eficácia.
São remédios produzidos a partir de plantas, com ação comprovada no alívio de sintomas e tratamento de doenças.
Não. Os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) podem ser comprados sem receita, mas devem ser usados com cautela.
A escolha deve sempre considerar orientação médica, diagnóstico preciso e os riscos envolvidos com cada substância.
O manipulado é feito sob medida, com fórmula personalizada; o industrializado tem composição padronizada e larga escala.