Gestores de comércios alimentícios, como restaurantes, lanchonetes, bares e afins, precisam monitorar a saúde financeira do negócio. O balancete surge como uma opção de mensurar resultados de maneira pontual, como uma espécie de prévia para a realização do balanço patrimonial.
Estabelecimentos que elaboram um balancete conseguem acompanhar a movimentação de perto, conforme a periodicidade escolhida. Assim, será mais fácil controlar as entradas e saídas e identificar oportunidades para realizar investimentos, como a compra de equipamentos e ingredientes.
Continue a leitura para entender melhor o que é o balancete e o que considerar na elaboração do documento!
O que é balancete?
O balancete é um relatório contábil que registra os movimentos financeiros de uma empresa, como os seus ativos e passivos. Por meio da análise desse fluxo, o estabelecimento consegue verificar se há um saldo positivo ou prejuízos ao final do período analisado.
Com o relatório, é possível avaliar o estado financeiro atual do negócio e tomar as decisões necessárias. Caso o estabelecimento verifique que o resultado encontrado foi negativo, os gestores podem mudar suas estratégias.
Um ponto muito importante que deve ser considerado é que não há periodicidade definida para fazer um balancete. Esse demonstrativo pode retratar o período mensal, semanal e até mesmo diário, se o proprietário do estabelecimento assim desejar.
No caso de estabelecimentos do ramo gastronômico, o período pode variar conforme o ciclo de gastos com compras de ingredientes, por exemplo, ou considerar o tempo gasto para uma grande reforma na cozinha, que envolveu muitas despesas.
Uma franqueadora também pode usar esse documento para divulgar os seus resultados periódicos, para acionistas e o público. Isso é uma forma de mostrar que o negócio demonstra rentabilidade, o que é interessante para atrair talentos para o seu quadro de funcionários, por exemplo.
Quais são os tipos de balancetes existentes?
Os balancetes se dividem em alguns tipos, conforme a quantidade de informações — eles podem ser mais concisos ou mais extensos, bem como dar ênfase ao antes ou ao depois da apuração. Entenda melhor a seguir.
Analítico
O balancete analítico leva esse nome porque preza pelo detalhamento máximo das informações que são apresentadas. Dessa forma, o resultado apresenta informações completas, sem abreviação ou simplificação.
Sintético
O balancete sintético visa apresentar os resultados e como se chega a eles de maneira mais simplificada. Como é de se esperar, os dados apresentados no balanço sintético são os mesmos demonstrados pelo balanço analítico, só que com uma riqueza de detalhes bem menor.
A intenção é ser mais o sucinto possível. Para diferenciá-lo do analítico, os seguintes exemplos ajudam muito:
- no sintético, os ativos poderiam separados somente em circulantes e permanentes;
- no analítico, há mais detalhes. O ativo circulante seria dividido em disponível (como o caixa atual) e realizável (como duplicatas a receber). Já o não circulante (permanente) listaria investimentos e ativos imobilizados (como máquinas e equipamentos).
Verificação inicial
O balancete de verificação inicial leva esse nome porque ele utiliza as informações dos períodos iniciais para ser realizado. Ele é feito antes mesmo da apuração de todo o resultado do exercício em vigor. Vale ressaltar que ele é composto por contas patrimoniais e de resultado.
As contas patrimoniais contribuem com as informações referentes aos ativos e aos passivos do negócio, além do patrimônio líquido. Enquanto isso, as contas de resultados apresentam todas as despesas e receitas que o estabelecimento teve no período de apuração.
Verificação final
Por fim, há o balancete de verificação final. Primeiramente, deve ser feita a elaboração e a apuração do resultado do exercício em vigência para, somente depois, chegar às contas patrimoniais. Por essa razão, as contas de resultados não existem no balancete de verificação final.
É justamente por meio do balancete de verificação final que o proprietário do estabelecimento saberá se o resultado do foi positivo ou negativo. Para isso, são considerados os dados de ativo e passivo, patrimônio líquido, contas de resultados e lucros ou prejuízos do período.
Como fazer um balancete?
É importante notar que um balancete completo deve apresentar todos os direitos, bens e investimentos da empresa. Ele também engloba as despesas, os gastos e as reservas. Assim, um documento bem elaborado pode conter os seguintes itens:
- data da elaboração do documento e período compreendido;
- dados dos valores em caixa;
- dados bancários do negócio;
- valor dos produtos e insumos em estoque;
- valor dos bens, como os equipamentos, utensílios, automóveis e máquinas;
- previsões de gastos com os salários dos colaboradores;
- gastos com fornecedores;
- valores que o estabelecimento receberá, em curto e longo prazos;
- impostos a recuperar ou a pagar;
- despesas gerais, como preço do aluguel;
- dívidas no curto prazo, cujo vencimento está compreendido esteja compreendido dentro do período analisado pelo balancete;
- reservas mantidas pelo negócio, como valores para emergências.
Com a elaboração do balancete, os proprietários não ficarão tão surpresos com os resultados quando tiverem que elaborar o balanço patrimonial anual. Conhecer dados sobre o estoque e os bens do negócio também proporciona aos empreendedores a oportunidade de avaliar a necessidade de investimentos.
Qual é a diferença entre balanço e balancete?
As finalidades são distintas. O balanço patrimonial é de apresentação obrigatória, e sua regulação se dá por meio do Artigo 176 da Lei 6.404/76. Nesse sentido, os comércios alimentícios são obrigados a apresentá-lo, assim como todas as outras empresas.
Já o balancete é um documento contábil, como mencionado, que pode servir apenas para controle interno, em uma periodicidade menor. É como se o balanço fosse uma radiografia anual da saúde financeira do negócio, enquanto o balancete é a verificação do momento atual.
Enquanto o balanço é obrigatório, o balancete tem um caráter auxiliar. Nesse sentido, os dois documentos podem se complementar para garantir uma visualização precisa das atividades financeiras do estabelecimento.
Entender o conceito de balancete e como realizá-lo ajuda a melhorar a situação contábil do comércio alimentício e também a gestão de caixa. Por ser um documento expositivo, é possível identificar se a operação está no lucro ou no prejuízo e tomar quaisquer ações pontuais necessárias para conduzir o negócio.
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