Atender ao que a legislação determina em relação à acessibilidade é uma obrigação dos estabelecimentos. Entretanto, mais do que atender a uma obrigação, também é uma forma aumentar oportunidades de atender aos mais diversos perfis de clientes, promovendo um ambiente adequado para todas as pessoas, além de melhorar a reputação da sua marca.
Para garantir a inclusão de pessoas com deficiência (PcDs), é importante que todos os setores da empresa tenham conhecimento sobre as medidas a ser adotadas para assegurar a acessibilidade.
Confira as principais dicas para seu estabelecimento se tornar mais inclusivo!
O que é acessibilidade e qual a sua importância?
Acessibilidade é a garantia de que as pessoas com deficiência serão incluídas em qualquer tipo de ambiente, sem que limitações físicas prejudiquem seu acesso a locais e recursos. Trata-se de um conceito de grande relevância social e que tem muito a contribuir para tornar o mundo mais justo.
Esse é um princípio que os estabelecimentos devem seguir, para que todos os clientes sejam alcançados e respeitados. Além disso, é essencial que uma gestão empresarial considere as questões de inclusão, já que essa é uma questão de responsabilidade social e é prevista em lei.
Respeitar as questões de acessibilidade é, ainda, uma forma de aumentar o valor da marca aos olhos do público, que tende a aprovar empresas que se preocupam em ser inclusivas. Uma verdadeira gestão 360º — que se preocupa com os mais diversos ângulos e aspectos da administração e do desempenho do negócio —, portanto, não pode deixar de lado a acessibilidade.
Como os estabelecimentos podem se adaptar e promover a acessibilidade?
A norma brasileira ABNT 9.050, a Lei Brasileira de Inclusão de Pessoa com Deficiência e a Lei de Cotas para PcDs definem critérios a ser atendidos para que os estabelecimentos sigam um padrão e que as próprias PcDs consigam reconhecê-lo.
As empresas que descumprem essas leis podem receber multas, segundo o dispositivo no qual se enquadram. O juiz do caso avaliará a dimensão do dano que o descumprimento das normas de acessibilidade causou à vítima da infração e à sociedade.
Para evitar os prejuízos do descumprimento das normas e garantir os benefícios citados, confira 6 dicas para adaptar seu estabelecimento!
1. Sinalização
A sinalização é uma das maneiras mais diretas de prestar atendimento. Por meio dela, é possível entender o local onde se deve ir, onde a pessoa está e as mudanças que estão por vir.
É uma fonte de informação fundamental em qualquer tipo de empreendimento e, para fique acessível, basta investir em cartazes e placas com letras legíveis e incluir a versão em braile (sistema de escrita tátil). Além disso, é importante que essa sinalização esteja presente próximo às portas e saídas, bem como em corrimãos.
2. Rampas de acesso
Não é sempre que as rampas cumprem aquilo que a legislação determina. É necessário que a inclinação seja igual ou maior que 5%, considerando os diferentes tipos de desníveis.
Mesmo no caso de cadeiras motorizadas — que não dependem tanto do esforço físico do cadeirante —, há um limite suportado em relação a comprimentos, desnível e inclinação. Quando a rampa é muito comprida, a inclinação deve ser suave. Nesse sentido, arquitetos e engenheiros são habilitados para garantir as medidas ideais.
Normalmente, uma cadeira de rodas tem uma medida de 60 a 70 centímetros de largura. Então, para que os cadeirantes consigam se mover livremente e atravessar passagens sem problemas, é necessário que a largura das portas tenha, ao menos, 80 centímetros.
Mas, atenção: caso a porta esteja em um local que exija que a pessoa vire a cadeira para passar, sua largura deve ser de ao menos 90 centímetros. Além disso, para que cadeirantes possam transitar em um corredor, a largura ideal é de, no mínimo, 1 metro e 20 centímetros.
3. Acessibilidade na comunicação
É fundamental que as pessoas portadoras de deficiência auditiva tenham acessibilidade comunicativa no seu dia a dia. Nesse sentido, é válido estudar os Decretos 9.656/2018 e 5.626/2005, que tratam da formação do intérprete e tradutor de libras.
É importante, ainda, destacar que o Poder Público deve garantir a essas pessoas um vasto atendimento, por meio da interpretação e tradução de libras.
4. Aviso sonoros
Os sinais sonoros são instalações com o papel de direcionar as pessoas com deficiência, no caso de prioridade ou emergência. Essas instalações devem ter uma estrutura apropriada para as necessidades daquelas pessoas que usam cadeira de roda, andador, bengala ou muletas.
Aliás, é crucial que o empreendimento emita um sinal sonoro para quem tem deficiência visual ou mostre os desníveis do ambiente. Além disso, é importante que os colaboradores saibam como agir diante dessas situações, para ajudar as pessoas se necessário. No entanto, o objetivo deve ser sempre garantir que os frequentantes tenham o máximo de independência no local.
5. Elevação do assento do vaso sanitário
As pessoas que apresentam algum tipo de dificuldade para sentar-se e levantar-se precisam de algo que eleve o vaso sanitário, para poderem usá-lo. No mercado, existem modelos com alças nas laterais, que são presas às privadas por parafusos, garantindo segurança e estabilidade aos clientes. Esse modelo, geralmente, é indicado para pessoas com mais de 100 quilos.
Você pode optar, também, por um assento elevado universal no seu estabelecimento, para vasos que possuem tampa. Ele se adapta facilmente à maior parte das bacias sanitárias, sendo muito utilizado em hotéis, clínicas, restaurantes e outros.
6. Piso tátil
Ao optar pelo piso tátil, lembre-se de que ele precisa estar de acordo com as normas da ABNT NBR 9.050, referente à acessibilidade nos espaços, mobiliários e imóveis, entre outros. Dessa forma, o estabelecimento gera uma linguagem eficiente e universal, que a pessoa com deficiência visual consiga reconhecer em qualquer local.
Existem dois diferentes tipos de pisos táteis: o direcional e o de alerta. No primeiro caso, o piso direcional estabelece os relevos lineares. No segundo, são estabelecidos o conjunto de relevos tronco-cônicos. Estes devem obedecer às orientações de medidas na legislação.
Por que se preocupar com a acessibilidade para PcDs?
A obrigatoriedade da legislação não deve ser o único motivo pelo qual seu empreendimento deve investir em medidas inclusivas. A acessibilidade precisa ser vista como algo imprescindível e que mostra respeito às PcDs, dos clientes aos colaboradores.
As pessoas precisam ter autonomia e conforto para executar suas atividades do dia a dia, e seu estabelecimento precisa ser visto como socialmente responsável e exemplar.
De acordo com o IBGE, só no Brasil, existem mais de 45 milhões de pessoas portadoras de alguma deficiência. Por que excluir esse público quando ele pode ser seu aliado?
Embora a acessibilidade seja, em tese, garantida por lei, ainda existem diversas barreiras para que ela seja aplicada corretamente — a começar pelo desconhecimento geral que ainda existe. Então, aproveite as dicas trazidas e garanta que seu estabelecimento cumpra as normas da melhor forma possível.
Agora que você já entende melhor a acessibilidade, aprenda tudo sobre a responsabilidade solidária!