A curiosidade é uma das principais características do povo brasileiro. Ela se manifesta, inclusive, na vontade de provar pratos novos e explorar culinárias distintas. Esse é um dos motivos que explica o crescimento da comida coreana por aqui.
Contudo, a curiosidade não é o único fator que explica a atração das pessoas de todo planeta pelas Coreias (sim, as duas). A cultura pop, a música e até mesmo as séries de televisão ajudam a estimular o interesse cada vez maior pela região. Para os empreendedores do mercado alimentício, isso abre uma excelente oportunidade de explorar um novo nicho.
Por que a comida coreana se tornou mais popular?
Na verdade, é mais justo dizer que foi a Coreia do Sul, como um todo, que se tornou popular em todo o mundo. Veja alguns exemplos dessa expansão cultural do país:
- k-pop, representado por grupos como BTS e Blackpink;
- séries de TV coreanas, como “Round 6”, “Classe Itaewon” e “Alquimia das Almas”. São os populares “doramas”, termo utilizado para descrever produções audiovisuais asiáticas em geral, principalmente da Coreia do Sul;
- o prêmio Nobel de Literatura em 2024, que premiou a coreana Han Kang;
- também não podemos nos esquecer do embaixador sul-coreano no Brasil, Ki-mo Lim, que se destaca pela sua simpatia.
Puxados por todos esses elementos, a cozinha coreana tem crescido em popularidade por aqui. Não à toa, os próprios pratos exibidos nos doramas passaram a atiçar a curiosidade dos amantes da gastronomia em todo mundo.
Por que investir na venda de comida coreana?
Confira alguns dos motivos para se aventurar no mercado de culinária coreana:
- possibilidade de se destacar no mercado: embora a comida coreana esteja se popularizando por aqui, ainda não é tão conhecida como, digamos, a culinária japonesa. Por isso, esse diferencial de mercado pode ser explorado, principalmente em cidades que ainda não contam com um estabelecimento do tipo. Nesse sentido, a pouca concorrência é outro fator positivo;
- ponto de encontro: para quem pensa em trabalhar em uma loja física, criar um local que misture a culinária asiática à possibilidade de encontrar entusiastas da cultura coreana é uma excelente ideia. Para quem quer abrir um negócio em São Paulo, atender aos quase 50 mil coreanos que vivem no estado é outro estímulo relevante;
- investimento na culinária asiática: esse nicho de mercado movimenta, anualmente, R$ 19 bilhões no país. Vale notar que esse valor não diz respeito apenas aos pratos japoneses, mas ao do continente asiático como um todo;
- desafio para empreendedores mais experientes. Para quem já tem experiência no segmento alimentício e deseja encarar um novo desafio, investir na culinária coreana é uma maneira de explorar oportunidades e apresentar ingredientes pouco conhecidos para um imenso mercado consumidor, o brasileiro.
Quais os melhores pratos coreanos para vender?
Agora, chegou a melhor parte: conhecer todas as delícias que a culinária coreana tem a oferecer. Confira os principais pratos!
1. Kim Chi
O Kim Chi é considerado a base da alimentação dos coreanos — pode-se dizer que é o arroz e feijão deles. Ele é feito principalmente de acelga, repolho, nabo e rabanete. Esses ingredientes são fermentados com uma mistura de temperos como o alho, cebolinha, pimenta, gengibre, sal, molho de peixe e açúcar.
Historicamente, essa receita surgiu como uma maneira eficiente de preservar os vegetais durante o inverno rigoroso na Coreia. Por ser extremamente nutritiva e ter um sabor único e picante, se tornou um sucesso no país — e uma das principais referências da cozinha desse país asiático.
2. Kimbap
O Kimbap costuma ser apelidado de “sushi coreano” pelo seu formato: é um enrolado com arroz, legumes, algas e, de modo geral, alguma proteína. Visualmente, se parece muito com o tradicional prato japonês.
Em relação à proteína, é possível usar a criatividade: kani, ovo ou alternativas veganas, para quem quer diversificar seu público. O Kimbap pode ser servido de maneira individual, mas também como acompanhamento de outros pedidos asiáticos, como o Tonkatsu — um empanado de frango bastante popular na gastronomia oriental, tradicional no Japão e nos seus países vizinhos.
3. Bibimbap
Basicamente, é um mexido de arroz, com carne e legumes. Por ser bem simples e similar aos pratos consumidos pelos brasileiros em restaurantes, também é um dos mais populares aqui.
Além disso, é possível fazer algumas adaptações de acordo com ingredientes sazonais. O importante é manter o núcleo com arroz, carne e legumes — um ovo também não é má ideia. O Bibimbap tradicional é servido naquela bandeja em formato de cuia, bem característica das comidas asiáticas.
4. Soju
Caso muitas pessoas fossem desafiadas a apontar a bebida mais consumida no mundo, algumas delas diriam que é a cerveja. Outras, a vodca. Na verdade, esses líquidos tradicionais têm um concorrente de peso quando o tema é popularidade: o Soju.
Inclusive, algumas pesquisas do passado já apontaram o destilado coreano como a bebida mais consumida do mundo. O Soju é feito a partir do arroz e surgiu na Coreia do Sul, justamente um dos países que mais consomem produtos destilados no planeta.
O destilado é, geralmente, saborizado com alguma fruta (ou um conjunto delas). O objetivo é que o forte sabor do álcool seja diluído junto ao acompanhamento. Como empreendedor alimentício, será possível regular o teor alcoólico conforme as preferências dos clientes. Há opções que chegam a ter 45%, um valor considerado alto.
5. Tteokbokki
Todo estabelecimento alimentício que se preze deve oferecer alguns petiscos, certo? Eles servem como acompanhamento para quem veio para beber e como entrada para quem quer desbravar os pratos mais robustos. Em um estabelecimento que ofereça receitas coreanas, o Tteokbokki é indispensável.
Basicamente, é uma massa de arroz com bastante pimenta, bastante popular na Coreia do Sul. Visualmente, lembra bastante uma porção de macarrão. É possível “beliscar” com palitos, o que torna essa opção bastante versátil para os empreendedores, que podem oferecê-la em maiores quantidades ou apenas como aperitivo de entrada.
Contudo, esse é um dos pratos que mais levam pimenta — inclusive, é um dos ingredientes tradicionais da Coreia do Sul. Por isso, é importante informar aos clientes antes do consumo ou oferecer versões mais leves em termos de condimentos.
6. Kkochi Eomuk
O Kochi Eomuk é um prato coreano, tradicionalmente servidos nas ruas do país. Basicamente, é um espeto de peixe no palito — e outra opção interessante para servir de petiscos e entradas, como o Tteokbokki.
Contudo, o que o torna diferente de outros espetinhos por aí é que ele não utiliza frituras. O bolo do peixe é diretamente fervido um caldo, em vez de ser frito ou assado. Legumes são servidos como acompanhamento, o que torna a mistura deliciosa.
Na Coreia do Sul, esse é um dos pratos mais vendidos no inverno, até por ser servido bem quente. É uma alternativa muito interessante para quem quer aproveitar sazonalidades e lançar cardápios e ocasiões temáticas.
7. Twigim
O Twigim é mais uma combinação que um prato em si: pense em algum legume, vegetal ou fruto do mar (como lulas) frito e coberto por uma massa. O termo Twigim refere-se ao próprio processo de fritura dessa iguaria, uma espécie de versão coreana do japonês Tempurá.
Assim como o próprio Tempurá, o Twigim descreve qualquer vegetal ou carne frita recoberto por uma massa leve e crocante. Tradicionalmente, é conhecido como uma das comidas de rua na Coreia do Sul, servida individualmente, junto ao Tteokbokki ou servida com molho especial.
Como o twigim é mais um processo de fritura do que uma iguaria, é possível criar os seus próprios sabores e adaptá-los conforme o seu mercado e/ou regionalidades. Caso queira inventar uma versão brasileira, por exemplo, não há nada que o impeça!
8. Bungeoppang
Você quer servir algo que chame prontamente a atenção do consumidor? Então, o Bungeoppang tem que estar no seu cardápio. Trata-se de uma massa com formato de peixe, modelada nos mínimos detalhes. Até por isso, é um pouco complicado de ser feito por cozinheiros com pouca experiência — mas é sempre possível aprender.
O bungeoppang é uma massa de margarina e farinha, com feijão-vermelho funcionando como recheio grelhado. Cada local pode trabalhar com seu próprio ponto de grelha, o que acaba modificando ligeiramente os sabores.
9. Hotteok
Esse prato se assemelha a uma das paixões culinárias dos brasileiros, a panqueca. Como geralmente ocorre com pratos asiáticos, ela leva muito arroz em sua composição.
O açúcar também é presença marcante, principalmente na versão mascavo. Nozes, legumes e frutos-do-mar são alguns dos recheios mais comuns da “panqueca coreana”. Tradicionalmente, é servida em um formato arredondado, mas isso tem mudado ao longo dos anos. Por isso, a criatividade também é bem-vinda.
10. Jokbal
Muitos consumidores simplesmente não dispensam uma carne suína. Nesse caso, os estabelecimentos especializados em culinária coreana podem apresentar o Jokbal para seus clientes. Basicamente, uma versão tradicional leva um pé de porco cozido junto ao vinho de arroz, além de molho de soja.
A receita ainda pode ser complementada por condimentos picantes, como a pimenta. Inclusive, ela geralmente está presente na versão coreana “raiz”, mas o sabor do tempero pode não ser tão aceito no Brasil. Você pode fazer testes e oferecer diferentes versões, fazendo leves modificações segundo o seu público.
11. Odeng
Esse é mais uma das receitas tradicionais nas quais aparecem outro item bastante curioso da culinária coreana: o vinho de arroz, que leva esse nome justamente por serem fermentadas a partir dele. O Odeng é um bolinho de peixe acompanhado também por massa de amido e outros acompanhamentos.
Esse petisco também costuma ser consumido no inverno coreano, sendo uma atração que pode ser ressaltada durante os dias mais frios do Brasil. Ele pode ser consumido frito, individualmente, ou acompanhado de um caldo.
12. Patbingsu
Faltava mencionar uma sobremesa: o Patbingsu é feito com raspas de gelo, acompanhadas por feijão-vermelho e outros acompanhamentos. É uma espécie de versão tradicionalmente coreana do sorvete que os brasileiros conhecem.
Para agradar ao paladar dos brasileiros e, simultaneamente, seguir à risca a tradição coreana, é importante ter coberturas doces, como frutas picadas, xarope de frutas e leite condensado.
13. Pajeon
Esse é outro prato coreano que se assemelha à amada panqueca — ou a uma omelete, de acordo com outros pontos de vista. O Pajeon tem como principais ingredientes a cebolinha e algum fruto do mar escolhido pelo próprio chef.
Por ser um prato fácil de preparar e trabalhar com ingredientes abundantes no Brasil, como a farinha de trigo e ovos, pode ser uma das prioridades para quem está começando a montar um cardápio baseado na culinária coreana. Também é possível utilizar a criatividade e agregar outros elementos dessa lista, como o Kimchi.
14. Dakkochi
O Dakkochi é outra opção de espeto, sendo formado basicamente por frango grelhado e algum condimento picante. Um dos que se destacam é o Gochujang, uma mistura de pimenta-malagueta, soja, sal e arroz. Para quem quer montar um restaurante baseado em comida de rua da Coreia, esse item é obrigatório!
15. Sotteok Sotteok
Espetinho de salsicha e arroz: isso é possível? O Sotteok Sotteok prova que sim. Basicamente, os ingredientes são colocados um ao lado do outro e “molhados” com condimentos como a mostarda e alguma opção picante, como o já Gochujang.
O que permite que o arroz faça parte do espeto é que ele adicionado em uma forma de bolinha comprimido, que se assemelha a um rolinho primavera.
16. Sundae
Sorvete? Não, na Coreia o termo “sundae” quer dizer outra coisa. É uma espécie de morcilha (chouriço), que leva sangue, temperos e arroz. Ou seja: tem seus adeptos fervorosos, mas também não vai agradar a todo mundo. Mas tudo bem, já que você viu que a culinária do país asiático é bastante diversificada e atende aos mais diversos gostos — com pimenta forte ou sem!
O crescimento da culinária coreana no Brasil representa mais um capítulo bem-sucedido da tradição da comida oriental em nosso país. Ela é diversificada e apresenta várias oportunidades para serem exploradas: petiscos, pratos mais robustos, bebidas, sobremesas, entre outros.
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