Ter algum conhecimento sobre custos indiretos e diretos é importante quando você abre um negócio ou trabalha em um cargo gerencial de um estabelecimento. Sem esse conhecimento, fica difícil fechar as contas corretamente ao final do período de apuração.
Custo é todo tipo de gasto que um negócio tem para produzir o que vende. Alguns custos são fáceis de apontar, como é o caso dos custos diretos. No entanto, outros podem passar despercebidos, ou pode até parecer que não devem ser levados em conta — quando, na verdade, devem.
Neste post, você vai entender melhor o que são os custos indiretos, sua importância e o que os diferencia dos custos diretos. Acompanhe!
O que são custos indiretos?
Os custos indiretos são aquelas despesas que não têm uma ligação tão explícita com os serviços ou produtos oferecidos. Apesar disso, eles costumam ser importantes para o funcionamento da empresa como o aluguel, energia elétrica, entre outros.
Gestores e empreendedores precisam entender a natureza dos custos para fazer uma boa gestão financeira. A depender dessa natureza e de alguns fatores, os custos podem (e muitas vezes devem) ser reduzidos para garantir um aumento da lucratividade.
Até mesmo o cafezinho disponibilizado para os colaboradores, por exemplo, tem sua importância. Ele pode aumentar a produtividade e o bem-estar da equipe, tanto pelo efeito da cafeína como pela sensação agradável de tomar um café.
Essa prática de disponibilizar café para os funcionários representa um custo indireto. Isso porque o dinheiro investido na compra de café, na máquina e em outros recursos não é diretamente ligado à atividade principal do estabelecimento — mesmo que o estabelecimento seja uma cafeteria, já que o café servido aos funcionários não está sendo vendido.
Exemplos comuns de custos indiretos
Para melhor compreensão sobre o assunto, é importante pensar em alguns exemplos práticos. O aluguel é um exemplo importante de custo indireto. Muitos donos de estabelecimentos não são proprietários da unidade física.
Comumente, para que o estabelecimento produza, é necessário que o dono pague o aluguel da área em que essa produção acontece.
Não é possível dizer precisamente qual a parcela do custo do aluguel representa em cada produto, já que todos os itens estão utilizando a mesma área. Por isso, o aluguel seria um custo indireto.
Outros exemplos de custos indiretos importantes são:
- energia elétrica consumida pelo estabelecimento durante as atividades;
- manutenção de equipamentos e máquinas;
- mão-de-obra indireta realizada pelos demais colaboradores.
Qual a importância dos custos indiretos?
Entender a natureza e as implicações dos custos indiretos permite uma gestão empresarial mais eficiente, já que facilita o controle rigoroso sobre os custos.
Quando não há critérios bem definidos para a análise das finanças, são abertas brechas para que elas saiam do controle, o que prejudica a empresa.
Um gestor precisa não apenas ter conhecimento sobre os valores reais que incidem sobre cada unidade de produto que produz e vende, mas também sobre os valores envolvidos de forma indireta no funcionamento do negócio. Isso traz uma série de vantagens, como:
- aumento da eficácia do estabelecimento em termos de contabilidade;
- informações e entendimento para fazer uma precificação de produtos mais adequada e eficiente;
- planejamento mais seguro e bem orientado dos próximos passos da empresa, considerando os gastos;
- noção de quando é possível fazer o rateio (divisão) para calcular o custo de cada unidade;
- maior precisão nas análises;
- prevenção de problemas financeiros.
Como identificar um custo indireto?
Custos indiretos são como sombras no orçamento: não estão diretamente ligados à produção, mas seguem cada passo do negócio. Eles não aparecem no cálculo de um produto ou serviço específico, mas consomem recursos essenciais.
A identificação desses custos exige um olhar atento. Eles costumam se esconder no dia a dia, diluídos em diversas áreas da operação.
Um bom começo é perguntar: “Se eu não produzisse nada hoje, esse custo ainda existiria?”. Se a resposta for sim, você provavelmente está diante de um custo indireto.
Outro indício é a dificuldade de atribuí-lo a uma unidade de produto. Se o gasto não varia conforme a produção, é um sinal. Custos com marketing institucional ou consultorias, por exemplo, seguem essa lógica.
Além disso, é essencial observar os centros de custo da empresa. Esses agrupamentos por setor ou função ajudam a mapear quais gastos sustentam a operação como um todo, sem se relacionar diretamente a uma venda específica.
Como calcular os custos indiretos no seu negócio?
O desafio está em distribuí-los de forma justa entre produtos ou serviços. E isso exige critérios técnicos.
A primeira etapa é listar todos os custos indiretos fixos e variáveis. Isso inclui despesas administrativas, manutenção de equipamentos, aluguel, seguros, entre outros. Em seguida, é necessário definir uma base de rateio.
Essa base pode variar de acordo com o modelo de negócio. Algumas empresas escolhem horas de trabalho, outras optam por percentual do custo direto, área ocupada, tempo de máquina ou mesmo faturamento. O importante é que o critério faça sentido para a realidade operacional da empresa.
Imagine uma gráfica que imprime três tipos de materiais: cartões, banners e revistas. Os custos com eletricidade e manutenção dos equipamentos são indiretos.
Para distribuí-los corretamente, ela pode usar o tempo médio que cada serviço utiliza as máquinas. Dessa forma, o custo indireto será incorporado de forma proporcional e mais justa à precificação.
Ignorar esse tipo de apuração compromete decisões estratégicas. O preço final pode ser distorcido e gerar prejuízos ocultos — que só aparecem quando a margem some.
Erros comuns ao classificar ou ignorar custos indiretos
O primeiro erro é confundir custo indireto com despesa. Apesar de ambos não estarem ligados diretamente à produção, há uma diferença sutil. Custos indiretos ainda são essenciais à operação, enquanto despesas são mais ligadas à atividade comercial e administrativa.
Outro equívoco comum é atribuir 100% do custo a um único produto ou serviço, mesmo que ele seja compartilhado. Isso distorce os dados e prejudica a precificação.
Muitos gestores também ignoram os custos indiretos ao calcular a margem de lucro. Essa omissão cria uma falsa sensação de rentabilidade. O caixa entra, mas a empresa continua sufocada — e ninguém entende por quê.
Além disso, há quem rateie (divida) os custos de forma arbitrária, sem método. Esse é um erro perigoso. Ele compromete a análise de rentabilidade por produto e prejudica decisões como cortes de linha, investimentos ou reajustes.
Por fim, outro deslize frequente é não revisar os critérios de rateio ao longo do tempo. À medida que a operação cresce ou muda de estrutura, os critérios precisam acompanhar a evolução.
Quais ferramentas usar para mapear e controlar custos indiretos?
Controlar custos indiretos exige organização, tecnologia e visão estratégica. Planilhas podem funcionar no início, mas têm seus limites.
Sistemas de gestão (ERP) são grandes aliados. Eles integram dados financeiros, contábeis e operacionais, facilitando a alocação de custos por centro de custo ou projeto.
Outra ferramenta útil é o custeio por absorção, que permite distribuir todos os custos fixos e variáveis — diretos ou indiretos — entre os produtos.
Já o custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing) traz ainda mais precisão, pois considera cada etapa do processo e seu consumo real de recursos.
Softwares de BI (Business Intelligence) também são poderosos. Eles transformam dados brutos em dashboards que mostram onde os recursos estão sendo consumidos, possibilitando ajustes rápidos.
Por sua vez, mapeamento visual de processos, como fluxogramas, ajuda a identificar pontos onde há desperdício ou custos indiretos ocultos.
O mais importante é a disciplina. Mesmo com as melhores ferramentas, se o controle não for constante, os dados se tornam obsoletos.
Saber o que são custos indiretos e como administrá-los é fundamental para garantir a prosperidade e saúde financeira do seu estabelecimento.
Por isso, não se esqueça de colocar em prática as informações que aprendeu aqui e aprimorar sua estratégia financeira, de modo a intensificar as vendas e a lucratividade do negócio.
Por falar em estratégia, que tal se aprofundar nisso e aprimorar sua gestão? Entenda agora o que é e como construir o planejamento estratégico do seu negócio!
Perguntas Frequentes
Sim, desde que haja eficiência operacional e análise criteriosa de onde cortar.
Faça uma revisão periódica dos contratos e rotinas administrativas, cruzando dados com os centros de custo.
Energia, softwares de gestão, estrutura administrativa e suporte técnico.
Escolha uma base justa (horas trabalhadas, tempo de máquina, área ocupada) e distribua os custos proporcionalmente entre produtos ou setores.