Como lidar com a fome e a insegurança alimentar?

Entenda, neste post, a diferença entre fome e insegurança alimentar e como seu estabelecimento pode ajudar no combate a essas mazelas.

Restaurantes, bares, lanchonetes e outros comércios alimentícios, junto a outras instituições privadas e órgãos governamentais, podem assumir a linha de frente no combate à fome e à insegurança alimentar. Afinal, a produção de comida é a razão de ser desses estabelecimentos.

Muito se fala em fome e insegurança alimentar, e é fácil confundir os dois conceitos. A verdade é que o primeiro é, geralmente, o sintoma mais grave do segundo — mas ambos são devastadores.

Entenda como seu negócio pode contribuir no combate a essas mazelas.

O que é insegurança alimentar?

De acordo com uma reportagem do Uol, a expressão “segurança alimentar” começou a ser utilizada pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) após a Segunda Guerra Mundial. Na época, esse era um termo militar que designava países considerados fortes. Um dos critérios para isso seria a capacidade agrícola de alimentar a população.

A insegurança alimentar — oposta a esse conceito —, desde a Conferência Mundial da Alimentação em 1974, retrata o fenômeno da falta de acesso à comida. Esse conceito considera aspectos como:

  • dificuldades no abastecimento;
  • disponibilidade de alimentos;
  • aumento dos preços (inflação) dos alimentos.

Assim, desde a sua criação o termo foi ressignificado, passando a designar todas as pessoas que não têm o acesso aos alimentos saudáveis e de qualidade para fazer todas as refeições necessárias. 

A insegurança alimentar tem três estágios diferentes: leve, moderado e grave. O primeiro é definido pelo receio de passar fome em um futuro próximo. A insegurança alimentar moderada é quando há uma efetiva restrição de alimentos para a pessoa e a sua família.

Diferença entre fome e insegurança alimentar

A fome é representada pelo último estágio da insegurança alimentar, a modalidade grave. Nesse nível, as pessoas têm um acesso mínimo aos alimentos e não têm qualquer garantia sobre as refeições que conseguirão fazer.

Qual é o cenário do Brasil em relação à fome e insegurança alimentar?

A pesquisa VIGISAN, coordenada pelo Sebrae indicou que, atualmente, apenas 41,3% dos brasileiros se encontram em uma situação de segurança alimentar. Isso significa que menos da metade da população tem acesso regular e contínuo a uma dieta saudável e que supra suas necessidades.

28% dos brasileiros estão em um estágio de insegurança alimentar leve, marcado pela troca de alimentos oriundos de uma cozinha saudável por comida prejudicial à saúde.

Isso não ocorre apenas pela opção por uma dieta de má qualidade, mas também pela queda na renda de algumas famílias — o que faz com que elas optem por alimentos mais baratos, mas com níveis nutricionais inferiores. Um exemplo: a troca de carne bovina por salsichas.

Já o nível de segurança moderada engloba 15,2% dos brasileiros e aponta um contexto mais sensível, quando os alimentos começam a faltar na despensa e os membros das famílias começam a pular certas refeições para economizar.

O último estágio, a insegurança alimentar grave, apresenta números ainda maiores: 15,5% da população dos brasileiros em 2022 que realmente passam fome e não conseguem suprir o mínimo das suas necessidades básicas. Assim, só resta a elas sair até a rua para pedir por alimentos.

O que é preciso para superar esse desafio?

A alimentação saudável e nutritiva é um direito assegurado pelas autoridades brasileiras, principalmente em relação à Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, a LOSAN, aprovada em 2006. Contudo, na prática, não é assim que funciona.

Mesmo que a segurança alimentar seja um direito humano e uma política de Estado, a verdade é que os dados sofrem com o acesso irregular à comida e uma dieta pobre que não oferece os nutrientes necessários para ela ter uma vida saudável.

Nesse sentido, os comércios alimentícios têm uma oportunidade de lidar com o problema e contribuir com a sociedade. Já existem alguns projetos que buscam conectar a iniciativa privada e organizações sociais para combater a insegurança alimentar e o desperdício, como o movimento Todos à Mesa.

O que as pequenas empresas podem fazer para lidar a fome e insegurança alimentar?

Uma forma que as pequenas e outras empresas podem utilizar no combate à fome e a insegurança alimentar é redistribuir alimentos excedentes para a população carente. Assim, em vez de deixar produtos encalhados no estoque, refeições a preços populares — ou gratuitas — podem ser preparadas e promovidas nas redes sociais.

Outra iniciativa é se associar a ONGs que tenham foco no combate à insegurança alimentar e possam informar à empresa participante do projeto sobre iniciativas mais focalizadas na população necessitada.

Desse modo, proprietários de restaurantes e outros empreendimentos alimentícios, que não sabem bem por onde começar, podem receber o auxílio de pessoas que já estudem sobre o problema e saibam como direcionar os recursos de uma forma que atinja o maior número de cidadãos.

Outra maneira de ajudar, de forma emergencial, é distribuir cestas básicas. É possível buscar o apoio de empresas maiores, que facilitem a parte logística do projeto — isto é, o transporte até comunidades distantes.

As empresas também podem desenvolver projetos de capacitação e graduação para jovens e outras pessoas que estejam desempregadas. Assim, elas incorporam esses cidadãos ao mercado de trabalho e que poderão ajudar financeiramente as suas famílias.

Desperdício de alimentos

Por último, um dos principais problemas da sociedade brasileira é o desperdício de alimentos. Alguns deles são descartados após um falso diagnóstico em relação à aparência, como no caso de frutas e legumes. Assim, comida aproveitável acaba parando no lixo.

Os empreendimentos de food service podem promover treinamentos para que os colaboradores consigam manusear adequadamente os alimentos, para evitar que eles se deteriorem. Do mesmo modo, o mau armazenamento também acaba condenando muitos itens que poderiam ser aproveitados.

Quando a empresa adota uma política responsável e eficiente para cortar esse desperdício, a tendência é que os gastos de produção diminuam. Afinal, o aproveitamento de tudo aquilo que é comprado, como frutas e legumes, é maior.

Com menos gastos, sobra mais dinheiro para investir em ações para lidar com a fome e a insegurança alimentar. Além de ajudar pessoas necessitadas, o empreendimento também fortalece o seu relacionamento com clientes que prezam esses valores — e ainda estimula o trabalho voluntário.

A fome e a insegurança alimentar são duas maiores mazelas que ainda assombram o Brasil, bem como o resto do mundo. Os dados mostram que quase metade da população nacional sofre com algum tipo de falta de comida, e a indústria de alimentos tem um papel importantíssimo nessa batalha.

Agora que você aprendeu com as dicas do post, aproveite a visita para descobrir como criar um bom planejamento estratégico para o seu negócio!

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