Índice de endividamento: como calcular e 6 dicas para evitar dívidas

Precisa melhorar a gestão financeira do seu negócio? Conheça mais sobre o índice de endividamento e aprenda a calcular!

Você já imaginou ver o seu negócio em fase de crescimento, mas ter que abrir mão de oportunidades de expansão em razão das dívidas? Infelizmente, esse tipo de situação é mais comum do que se imagina.

Para evitar que a dívidas se tornem um freio no crescimento do negócio, o segredo é conhecer e controlar o índice de endividamento, por meio de uma gestão financeira bem estruturada.

Por aqui, vamos mostrar como calcular esse indicador e dar dicas valiosas para você manter as finanças do seu negócio em dia, garantindo a longevidade e crescimento sustentável da sua operação. Confira!

O que é índice de endividamento?

Índice de endividamento: como calcular e 6 dicas para evitar dívidas

Índice de endividamento é uma métrica usada para avaliar a saúde financeira de uma empresa. Ele pode ser aplicado em diferentes negócios, desde grandes corporações até empresas de pequeno e médio porte.

Esse índice sinaliza a proporção dos ativos da empresa que são financiados por dívidas, ou seja, o quanto ela depende de recursos de terceiros para operar. Em outras palavras, o índice de endividamento mostra o nível de alavancagem financeira de um negócio.

Do ponto de vista prático, o que a pessoa gestora precisa entender é que, quando o índice de endividamento está alto, é sinal de que a empresa possui uma grande quantidade de dívidas em relação ao seu patrimônio líquido — o que pode gerar preocupações sobre sua capacidade de honrar seus compromissos financeiros.

Por outro lado, um índice baixo indica que a empresa possui poucas dívidas e é mais independente financeiramente. No entanto, esse indicador não pode ser analisado de maneira isolada, devendo ser compreendido em conjunto com outros indicadores financeiros, para ter uma visão completa da situação da empresa.

Qual a importância de conhecer o índice de endividamento?

O acompanhamento regular do índice ajuda os gestores no processo de tomada de decisão, minimizando os riscos de sofrerem com problemas financeiros.

Por exemplo, ao identificar um aumento significativo no índice, a empresa pode tomar medidas para reduzir suas dívidas, como negociar prazos, renegociar taxas de juros ou buscar fontes de financiamento mais baratas. O Sebrae explica:

“O índice de endividamento serve de alerta para o empreendedor saber quanto a sua empresa tem se comprometido com capital de terceiros. É comum que pequenos negócios recorram a recursos externos, mas é necessário estar sempre muito alerta quanto a isso. É preciso ter clareza sobre os limites entre o endividamento sadio e o arriscado.”

Como calcular o índice de endividamento?

Como vimos, esse índice sinaliza a proporção dos ativos de uma empresa que são financiados por dívidas, mostrando o nível de dependência de recursos de terceiros para operar. Para calcular o índice de endividamento, você pode usar a seguinte fórmula:

ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO = DÍVIDA TOTAL ÷ PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Portanto, para calcular, é necessário ter as informações sobre a dívida total e o patrimônio líquido da empresa:

  • dívida total, que corresponde a todas as obrigações financeiras da empresa, como empréstimos, financiamentos, contas a pagar, entre outras;
  • patrimônio líquido, que representa o valor total dos bens da empresa menos suas dívidas, ou seja, o que sobraria para as pessoas proprietárias caso a empresa fosse liquidada.

O resultado obtido por meio da aplicação da fórmula é um percentual. Assim, quanto maior esse percentual, maior é a dependência da empresa em relação a dívidas.

Vamos partir para um exemplo prático? Imagine uma empresa com uma dívida total de R$ 50.000 e um patrimônio líquido de R$ 80.000. O índice de endividamento seria calculado da seguinte forma:

Índice de Endividamento = 50.000 ÷ 80.000 = 0,625 ou 62,5%

O resultado indica que 62,5% dos ativos da empresa são financiados por dívidas.

Quais são os tipos de endividamento?

O endividamento pode ser classificado, principalmente, por prazo, fonte de financiamento e natureza. A seguir, trouxemos os conceitos dessas categorias mais comuns. Conheça!

Endividamento por prazo

É uma categoria que contempla as dívidas de acordo com o prazo de vencimento. Nela, temos dívidas de curto prazo e longo prazo. As primeiras, são aquelas com vencimento em até um ano, como contas a pagar, tributos a recolher e fornecedores. No segundo tipo, temos as obrigações com vencimento superior a um ano, como os empréstimos bancários e financiamentos.

Endividamento por fonte de financiamento

Divide as obrigações conforme a fonte que as deu origem. Portanto, temos as dívidas bancárias, que são aquelas obtidas por meio de contratos com instituições financeiras, como empréstimos e financiamentos.

Também há as dívidas com fornecedores, atreladas à aquisição de mercadorias ou serviços a prazo. Já as dívidas com o governo, por exemplo, incluem as obrigações vinculadas ao pagamento de tributos em geral.

Endividamento por natureza

Temos aqui uma classificação mais técnica, que inclui quatro subtipos: dívida circulante, dívida de longo prazo, dívida com garantia e sem garantia. Entenda a diferença entre elas:

  • dívida circulante representa as obrigações de curto prazo, ou seja, aquelas que devem ser quitadas no próximo exercício social;
  • dívida de longo prazo, que corresponde às obrigações com vencimento superior a um ano;
  • dívida com garantia, ou seja, que tem respaldo por garantia como imóveis, máquinas ou equipamentos;
  • dívidas sem garantia, que, como o nome indica, não contam com nenhuma garantia em particular.

Classificar as dívidas é importante, pois ajuda a empresa a entender quais são suas obrigações e a elaborar um plano de pagamento que priorize as dívidas de curto prazo e mais urgentes, negociando também as de longo prazo.

A análise da composição do endividamento ainda ajuda na tomada de decisões sobre futuros investimentos, expansão dos negócios e reestruturação financeira.

Como lidar com as dívidas? Veja 6 dicas

Índice de endividamento: como calcular e 6 dicas para evitar dívidas

Se você aplicou a fórmula do índice de endividamento e notou que precisa melhorar o percentual e otimizar a gestão financeira da sua empresa, não se preocupe, porque selecionamos algumas dicas que vão ajudar!

1. Faça uma análise financeira completa da situação da sua empresa

A primeira etapa é entender a real situação financeira da empresa. Para isso, realize um levantamento detalhado de todas as dívidas, incluindo valores, prazos e taxas de juros. Identifique as causas do endividamento, eventuais atrasos e possíveis oportunidades de negociação.

Nesta etapa, é interessante que o gestor aproveite para verificar a existência de clientes inadimplentes e oportunidades de envio das cartas de cobrança. Esses recursos podem ajudar as finanças e reduzir os números percentuais do índice de endividamento.

2. Categorize as dívidas e avalie as que geram maior impacto na operação

Nem todas as dívidas têm a mesma urgência ou impacto operacional. Por isso, é importante que você crie categorias, identificando aquelas com juros mais altos e prazos mais curtos, pois são as que mais impactam o custo financeiro da empresa.

3. Negocie com credores

Entre em contato com os credores e tente negociar melhores condições de pagamento, como aumento do prazo, redução dos juros ou parcelamento da dívida. Essa negociação deve considerar as particularidades do seu negócio e as expectativas quanto aos próximos passos.

4. Reduza custos

Outra dica importante para quem está enfrentando um percentual alto no índice de endividamento, e quer melhorar os resultados financeiros, é avaliar as despesas e custos da empresa.

Analise os números e identifique oportunidades de redução. Você pode começar cortando gastos supérfluos, negociando melhores preços com fornecedores e otimizando processos que impactam diretamente as finanças.

5. Busque novas fontes de receita

Aumentar a receita também é uma forma de melhorar o desempenho financeiro da empresa. Você pode, por exemplo, expandir a sua atuação para novos mercados, lançar novos produtos ou serviços, fazer mudanças no cardápio, começar a atender por delivery e por aí vai.

Avalie as oportunidades no seu nicho de atuação e use a criatividade para manter a sua marca ativa e presente na mente dos consumidores.

6. Melhore a gestão financeira

Muitas vezes, as dívidas estão atreladas a um descuido no controle das finanças e a hábitos nocivos que passam despercebidos. Se este for o caso, vale a pena investir tempo e recursos no gerenciamento das finanças. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio da implementação de sistemas de gestão.

Se o índice de endividamento estiver muito alto e complexo, é recomendado buscar ajuda de um profissional, como um consultor financeiro ou contador. Afinal, embora o endividamento possa ser preocupante em algumas situações, é importante manter a calma e tomar decisões racionais. Investir em uma pessoa especializada para ajudar você pode ser o “gasto” mais importante para solucionar as dívidas.

Como você viu, o índice de endividamento é um dos indicadores que podem ser usados para avaliar a saúde financeira da empresa. Conhecendo e calculando esse percentual, você tem elementos que ajudam a identificar os pontos que precisam de melhoria, tomando medidas para ajustar suas finanças.

Mas vale ressaltar que o sucesso financeiro do seu negócio depende de um planejamento completo, que abrange desde a definição de metas e objetivos até a implementação de estratégias para alcançar esses objetivos. Portanto, combinando o controle do endividamento com um planejamento financeiro estratégico, você estará dando um passo importante rumo ao crescimento sustentável do seu negócio.

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