Inovação disruptiva: entenda como agregar valor ao negócio

Quais são alguns exemplos inspiradores de inovação disruptiva? Como agregar os princípios ao seu empreendimento? Confira no post!

O conceito de inovação disruptiva é muito ligado à tecnologia. Basta pensar em empresas que surgiram e rapidamente reinventaram mercados, geralmente ligadas às soluções digitais: Netflix, Uber, Tesla, entre outras. Contudo, a boa notícia é que os princípios podem ser aplicados em qualquer negócio, independentemente do porte e do segmento.

Para explicar melhor, a administradora de empresas Taíne Hoffman foi convidada a oferecer algumas dicas valiosas para quem quer explorar o mercado e implementar suas ideias — sejam elas totalmente novas, sejam aprimoramentos de elementos existentes. Continue a leitura para conhecer melhor a inovação disruptiva, exemplos e outros pontos importantes!

O que é inovação disruptiva?

De acordo com o dicionário, disrupção é a interrupção do curso normal de um processo. Quando aplicado ao universo do empreendedorismo, serve para descrever um elemento que modifica um mercado inteiro.

Nesse sentido, a inovação disruptiva é um processo no qual um produto, serviço ou tecnologia é substituído por uma solução melhor. Alguns exemplos famosos são:

  • Wikipedia — as pessoas já buscavam termos na internet antes dela, mas essa página se tornou o padrão de consultas para conhecimento geral. Outra característica disruptiva é que praticamente qualquer pessoa pode colaborar e modificar os artigos;
  • Netflix — os mais jovens podem até não se lembrar, mas antes havia poucas opções para ver filmes e séries: alugá-los em locadoras, comprar um exemplar (em VHS, DVD ou Blu-Ray) ou piratear os arquivos. A Netflix simplificou tudo isso ao oferecer acesso a um acervo amplo, por uma mensalidade acessível. É como se a locadora inteira tivesse se mudado para a sua casa;
  • Uber — na época em que os táxis reinavam soberanos no Brasil, não dava para saber quanto custaria uma corrida. Você só descobria os valores ao final — e, dependendo do horário e dia da semana, poderia ser algo astronômico. Além disso, você tinha que telefonar para uma central ou parar um carro no meio da rua. O Uber trouxe previsibilidade de gastos e facilidade para contatar um motorista;
  • Spotify — a revolução que a Netflix introduziu no audiovisual foi replicada pelo Spotify no universo musical, assim como os podcasts. As pessoas simplesmente passaram a ter acesso a álbuns inteiros, músicas organizadas por estilos ou gêneros… algo impensável na década de 1990 e início do novo milênio;
  • Airbnb — essa solução surgiu como alternativa aos tradicionais hotéis. Por meio dessa inovação, as pessoas poderiam escolher seus próximos destinos e realizar reservas pelo telefone. Contudo, a principal novidade era a possibilidade de se hospedar nas residências de outras pessoas que disponibilizavam o serviço, com a oportunidade até de negociar preços e datas;
  • e, claro, o iFood. A plataforma popularizou a entrega de alimentos e outros produtos. Hoje, por exemplo, é possível fazer sua compra mensal inteira no aplicativo. Além disso, oferece espaço para milhões de empreendedores em todo o país, reunindo em uma só solução as melhores opções para que os clientes façam seus pedidos.

Esses são alguns exemplos de empresas e marcas bilionárias, mas engana-se quem pensa que a disrupção está ao alcance apenas de quem tem muito dinheiro para investir. A pessoa gestora precisa estar atenta para mapear as demandas reprimidas do território em que atua — isto é, identificar necessidades não atendidas.

Pense no setor alimentício: em pequenas, médias e grandes cidades, sempre há ao menos um estabelecimento que se firmou como uma referência entre os clientes. Isso ocorre porque os gestores foram competentes o bastante para explorar uma ou mais características da disrupção:

  • criatividade;
  • preenchimento de alguma lacuna de mercado;
  • mudança nos processos produtivos, de modo a gerar mais mercadorias e proporcionar uma entrega e um atendimento de qualidade;
  • cultura colaborativa, na qual os funcionários também têm a liberdade de propor ideias.

Quais são os desafios da inovação disruptiva?

O primeiro desafio, de acordo com Taíne Hoffman, é integrar tecnologias emergentes para promover essa abordagem dentro do negócio. “É preciso estar por dentro das novidades como inteligência artificial e internet das coisas”, indica. Teste essas soluções digitais em projetos pequenos antes de usar em toda a empresa.

Além disso, a administradora indica o investimento no treinamento dos colaboradores, de modo que eles se capacitem para utilizar tecnologias e novos processos no dia a dia. “Use sistemas que sejam fáceis de mudar quando surgir algo novo”, explica.

Outra iniciativa importante é desenvolver uma cultura organizacional que favoreça a inovação disruptiva. Apostar em tecnologias é fundamental, mas nada disso adianta se os processos do empreendimento dificultem a implementação de novas ideias.

Portanto, crie um ambiente onde as pessoas não tenham medo de dar ideias novas. “Os chefes devem mostrar que gostam de novas abordagens; então, deixe todo mundo conversar e dar opiniões, não importa o cargo”, ensina Taíne.

Ela reforça a importância de conceder prêmios para quem traz boas ideias e explorar a diversidade: “contrate pessoas diferentes, de modo que a criatividade floresça com distintos jeitos de pensar”.

Taíne aponta algumas estratégias para identificar oportunidades de inovação disruptiva:

  • observe com cuidado o que está acontecendo no mercado e o que os clientes querem. Como fazer isso? Converse bastante com seu público para entender do que eles precisam. Assim, será mais fácil identificar lacunas e demandas reprimidas;
  • analise o que empresas inovadoras de outros setores estão fazendo de diferente. Nesse caso, você poderá replicar processos, ainda que atue em um segmento totalmente diferente. Um varejista pode adotar ideias colocadas em prática em grandes multinacionais como a Uber, com o foco nos aplicativos e no digital;
  • procure atender a grupos de clientes que as grandes empresas não estão cuidando. Durante as interações, será possível mapear ideias de produtos e serviços que ainda não estão sendo oferecidos para determinado público-alvo. Algumas organizações focam nas classes econômicas A e B. Que tal adaptar seus processos para atender às classes seguintes? Esse é um dos insights que a sua pesquisa pode gerar;
  • pesquise bastante, por falar nisso. Acione a sua rede de networking e busque saber o que as pessoas empreendedoras do seu setor estão fazendo em outros estados. Muitas vezes, os gestores pecam por olhar apenas para a região em que atuam;
  • firme parcerias com startups e universidades para gerar novas ideias. As startups têm a inovação disruptiva no centro das suas operações, já que é um modelo de negócio que se ancora em ideias inovadoras para atrair investidores. Ainda que a sua empresa não feche uma parceria formal, é importante ouvir (e ler) o que esses empresários têm a dizer.

Qual a diferença entre inovação incremental e disruptiva/radical?

Dentro do conceito de disrupção, há dois modos diferentes de inovar: o incremental e o radical. Conheça as diferenças!

Inovação incremental

Essa modalidade aposta na melhoria ou na agregação de valor a processos, produtos e serviços existentes. Assim, os ajustes podem ser mais pontuais e rápidos de implementar: como a otimização de uma linha de produção ou a inclusão de um novo recurso a uma mercadoria já comercializada.

A inovação incremental é uma abordagem fundamental para gestores que querem tornar seus colaboradores mais participativos na tomada de decisão da empresa. Afinal, muitas vezes, alguns funcionários têm sugestões de melhoria — mas não se sentem encorajados a compartilhar suas ideias, uma vez que não há uma cultura organizacional de disrupção.

Inovação radical

Já a inovação radical, como o próprio termo sugere, relaciona-se ao desenvolvimento de novos produtos, serviços e conhecimentos. É como se cada nova abordagem começasse do zero.

Quando uma empresa cria um produto ou serviço que não existia no mercado, e que também não se caracteriza como um aprimoramento óbvio de algo que ela já oferecia, temos um exemplo claro de inovação radical.

Do mesmo modo, um gestor que modifique totalmente os processos se determinado setor também estará implementando uma inovação radical. Só é preciso tomar cuidado para que as mudanças sejam bem pensadas e testadas, para que iniciativas que já rendam lucro não sejam totalmente abandonadas.

Qual a importância da inovação disruptiva para empresas e clientes?

Os clientes tendem a valorizar empresas que se arriscam para criar soluções disruptivas e que transformam o mercado. Você se lembra dos exemplos de grandes empresas que se firmaram por colocar o conceito em prática, como Uber, Apple, Spotify ou Netflix? Todas elas se tornaram paradigmas daquilo que fornecem aos consumidores.

Assim, não é incomum ouvir alguém dizer “Hmm, hoje é cama e Netflix” ou “Hora de pedir um Uber”. Já para as empresas, implementar soluções inovadoras rende diversos benefícios: reconhecimento de mercado, oportunidade de firmar parcerias e atrair investidores e, é claro, lucratividade.

É importante lembrar que a inovação disruptiva não se manifesta apenas na criação de produtos. Utilizar tecnologias baseadas em inteligência artificial para aumentar o número de usuários inscritos em um serviço mental é um exemplo de como ela também está acessível para pequenas e médias empresas.

Outra maneira de agregar a inovação disruptiva ao dia a dia do negócio é se manter atento ao comportamento do cliente. Ele é o núcleo que guia as decisões mais sensíveis do empreendimento, então, é necessário se adaptar constantemente para atender às expectativas.

A própria Netflix começou como um serviço de aluguel de DVD — e a Amazon era uma “mera” plataforma de comércio eletrônico. O que é comum ao sucesso das duas é a capacidade de investigar o mercado, incentivar o feedback dos clientes e encorajar a participação coletiva dos seus próprios colaboradores.

Agora que você entendeu o que é inovação disruptiva e alguns exemplos, já sabe o que é preciso para agregar seus princípios: uma cultura colaborativa, a pesquisa contínua de mercado, o contato próximo com os clientes e suas necessidades. Com o tempo, surgirão várias maneiras de transformar positivamente o seu empreendimento.

Para saber mais sobre como implementar a tecnologia aos seus processos, confira o material gratuito que criamos sobre a implementação de IA nos negócios alimentícios!

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