O almoço vegano ganha espaço nos restaurantes brasileiros devido ao crescimento do veganismo e vegetarianismo no país. Estima-se que cerca de 7 milhões de pessoas sejam veganas no Brasil, e o registro de empresas “veganas” aumentou 500% na última década.
No entanto, alguns estabelecimentos enfrentam dificuldade no processo de adaptação a esse público. Isso porque não conhecem ao certo o que representa o movimento (com similaridades como o reducitarianismo) e como ele traz mudanças diretas para a estrutura do serviço gastronômico. O resultado? Clientes decepcionados, vendas ficam abaixo do esperado e negócios fechando com falta de retorno pelo investimento feito.
Se você quer evitar esses problemas e ter sucesso com o nicho de mercado vegano, acompanhe este post. Aqui trazemos dicas muito importantes para dialogar com as demandas do público!
Como montar um prato vegano?
Começamos por um ponto crucial: o que é preciso para fazer um almoço vegano simples. A resposta vai surpreender: é mais do que “apenas” cozinhar. É preciso entender o que é esse movimento e como ele se estende para além da cozinha. Tome nota!
Aprofunde-se sobre o veganismo
Se você se pergunta como fazer almoço vegano, tenha em mente que o primeiro ponto é entender o que é o veganismo e o que ele propõe. Afinal, não se trata apenas de tirar produtos de origem animal da mesa.
É tornar-se consciente sobre o impacto das nossas ações no meio ambiente e o futuro do planeta, assim como o combate à exploração animal em diferentes segmentos do mercado para além da gastronomia.
Portanto, pesquise sobre o tema, avalie como os concorrentes se saíram ao investir nesse nicho e tenha pessoas veganas na sua equipe atuando à frente desse cardápio. Também é interessante entrar em contato com organizações da área para treinamentos e/ou certificações especiais (como a Associação Brasileira de Veganismo).
Seguir esse processo mais minucioso de investigação e aprofundamento sobre o segmento faz toda a diferença para o seu negócio. Afinal, o público consegue distinguir quando se trata de um estabelecimento que apenas explora o tema visando ampliar as vendas e quando é um restaurante que, de fato, se compromete com a transparência, com a ética e com os respeitos aos valores do veganismo.
Aspectos que, inclusive, ele pode (e deve) utilizar como diferenciais ao se promover no mercado. Afinal, estamos falando de um nicho que é mais seletivo quanto aos estabelecimentos que frequenta, justamente porque leva em conta não só o prato final, mas toda a cadeia de produção do alimento e os valores das empresas que o produz.
Tenha um estoque de insumos veganos
Seguindo o que foi dito há pouco, é interessante que você pesquise também por pequenos produtores da sua região que trabalhem com o cultivo de alimentos orgânicos e a promoção do bem-estar dos animais.
Eles podem ser os seus futuros fornecedores de insumos veganos (desde temperos e especiarias até frutas e legumes). Dessa forma, você tem como estabelecer um estoque de ingredientes de qualidade pronto para uso, e o melhor: alinhado com as práticas veganas. A partir daí é só seguir as receitas do menu.
Treine a equipe de cozinha
Além do aprofundamento no tema e da parceria com fornecedores que vão atender às exigências do seu público, é importante que a equipe de cozinha receba treinamento sobre a montagem de pratos veganos.
Isso é importante para que não ocorra erros nas ilhas de preparação de alimentos, como a troca, a mistura e/ou a substituição de ingredientes de receitas que são veganas por ingredientes de origem animal.
Quais são as opções mais atraentes?
Ao pensar no cardápio de almoço vegano, é possível traçar duas vertentes de refeição.
A primeira é aquela composta por pratos que remetem a pratos tradicionais da nossa culinária, porém, é claro, sem ingredientes animais. Veja alguns exemplos:
- macarronada com almôndegas de soja;
- strogonoff de carne de jaca e cogumelo;
- escondidinho de legumes com mandioca;
- espaguete com falafel;
- risoto de alho-poró com queijo vegano;
- feijoada vegana feita com proteína de soja ou tofu defumado;
- lasanha de berinjela com molho de tomate caseiro e queijo vegano;
- coxinha de jaca desfiada temperada;
- bife à role vegano feitos com proteína de soja ou seitan recheados com cenoura e vagem;
- torta de palmito.
Já a segunda vertente envolve pratos que colocam destaque nos ingredientes vegetais, sem fazer alusão a refeições já existentes. Confira alguns exemplos:
- abobrinha refogada com castanha de caju;
- tomate recheado com arroz cremoso;
- berinjela à milanesa com acompanhamento a gosto;
- croquete de batata com acompanhamento a gosto;
- cuscuz de couve-flor, refogado com legumes e temperos;
- ratatouille com abobrinha, berinjela, pimentão e tomate assados em camadas;
- tabule de quinoa com pepino, tomate, hortelã e limão;
- gratinado de aspargos cobertos com molho bechamel vegano e gratinados no forno.
Como ir além do óbvio e conquistar o cliente?
Para encerrar, trouxemos algumas dicas para ajudar você a se destacar com o público vegano, promovendo-se adequadamente e conseguindo fidelizar essa clientela. Tome nota para se inspirar!
Faça um dia de menu degustação dos principais pratos da casa
Planeje um dia no qual o seu restaurante fará um menu degustação sem custos ou com valor reduzido. Você pode trabalhar com miniporções e/ou finger foods (pequenas porções de alimentos preparadas para serem consumidas com as mãos, sem a necessidade de talheres).
A ideia por trás disso é fazer uma ação promocional (que pode ser divulgada nas redes sociais, por exemplo) para promover o seu negócio para o público vegano. Sem falar que também dá para encorajar aqueles que ainda não adotaram esse estilo de vida a experimentar e apreciar os sabores veganos.
Assim, você atrai potenciais consumidores e cria a oportunidade não só de eles conhecerem o estabelecimento, as opções de almoço vegano e o serviço local, mas de você criar uma rede de contatos com essas pessoas.
Afinal, uma vez interagindo positivamente com o nicho, você consegue abrir portas para o marketing de indicação, o famoso “marketing boca a boca”, no qual o próprio consumidor é quem recomenda o restaurante para outros amigos, familiares e conhecidos, seja eles veganos ou não, validando e referenciando o espaço para quem procura lugares para fazer as refeições no cotidiano.
Adote embalagens sustentáveis
O seu espaço pode investir em outras iniciativas de proteção ambiental. Uma delas é a adoção de embalagens sustentáveis, fruto de reciclagem seletiva.
Ideal para pedidos de delivery, encomendas e solicitações de embrulhamento de sobras não consumidas pelos clientes.
Dessa forma, ele expande o apoio e a presença de ações ligadas ao veganismo para outros aspectos do restaurante.
Peça o feedback dos clientes
Por fim, planeje consultas para averiguar qual a opinião do cliente sobre a equipe de funcionários, a ambientação do estabelecimento, o custo-benefício do almoço e das demais refeições e por aí vai.
Isso pode ser feito por meio de coletores de opinião na recepção, avaliações via aplicativo do restaurante e questionários enviados às pessoas que reservaram mesa por rede social e WhatsApp, por exemplo.
A ideia é coletar críticas, sugestões e elogios para aperfeiçoar o serviço da casa e aproximá-la cada vez mais do nicho vegano. Esse feedback solicitado pode, inclusive, pedir por novas sugestões de pratos, sondar o interesse do público em oferta de delivery e avaliar a repercussão da participação do negócio em ações sociais. Portanto, é fundamental entender seus consumidores e estar em sintonia com eles.
E então, gostou das dicas de almoço vegano? Pois comece a investir em uma cozinha sustentável para ampliar o seu público e estar alinhado com os ideais dele, ter uma imagem positiva e bem-avaliada frente à concorrência e contribuir para a preservação ambiental.
Quer mais sugestões para ampliar o seu menu? Então, veja o artigo que escrevemos sobre como montar cardápio vegano!
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