Engana-se quem pensa que o empreendedor brasileiro se dedica apenas à produção de mercadorias. É preciso ficar atento a outras questões relacionadas à gestão do negócio, até mesmo como uma forma de otimizar a alocação de recursos. Nesse sentido, entender o que é ativo circulante é uma etapa importante para melhorar a saúde financeira da empresa. Além desse ativo, há também o não circulante — crucial para a operação de longo prazo de qualquer empreendimento.
Afonso Melotti, MBA em Gestão Empresarial, vai esclarecer alguns conceitos relevantes sobre o assunto e explicar como fazer o gerenciamento adequado desses recursos em seu negócio.
Continue a leitura para entender o que é ativo circulante, exemplos e como lidar com eles no dia a dia!
O que é ativo circulante?
De acordo com Afonso Melotti, os ativos circulantes são recursos que a empresa espera converter em dinheiro, vender ou consumir no ciclo operacional de até um ano. Alguns exemplos são:
- as contas a receber;
- o saldo disponível no caixa;
- produtos no estoque;
- despesas antecipadas;
- matérias-primas;
- investimentos temporários.
“Esses ativos têm alta liquidez, o que significa que podem ser convertidos em dinheiro rapidamente, sem tantos obstáculos. São fundamentais para gerar receita e financiar as operações diárias da empresa”, explica o contador.
Tipos de ativos circulantes
Além dos exemplos de ativos circulantes, como o saldo disponível no caixa do negócio, produtos e matérias-primas no estoque, eles são classificados de maneiras diferentes. Confira!
Ativo circulante líquido
Esses são valores que podem ser utilizados imediatamente pela empresa — e sem gerar prejuízos para suas finanças ou comprometer os pagamentos do dia a dia. Ele é importante para demonstrar, a possíveis investidores e parceiros de negócio, que o empreendimento é financeiramente saudável e consegue cumprir com seus compromissos e obrigações de curto prazo.
Ativo circulante cíclico
Já os cíclicos estão ligados aos procedimentos rotineiros da empresa, mas sofrem alterações de acordo com a etapa de produção no qual o negócio se encontra e com as sazonalidades.
Um exemplo disso são aquelas empresas que vendem mais em determinadas épocas do ano. Chocolaterias costumam comercializar mais produtos durante a Páscoa, enquanto um empreendimento especializado em peixes provavelmente terá um pico na Sexta-Feira da Paixão.
Ativo circulante operacional
Por fim, os circulantes operacionais referem-se aos itens necessários para a operação regular da empresa. Exemplos: estoque de produtos e de matérias-primas. Essa classificação se aplica, portanto, aos ativos necessários para que o processo de desenvolvimento possa ser colocado em prática.
Qual é a diferença entre ativo circulante e não circulante?
Se os circulantes são os ativos que a empresa pretende converter em dinheiro em até um ano, aproximadamente, os não circulantes são aqueles que não serão consumidos em um período curto.
Assim, os não circulantes só devem ser convertidos em uma estimativa superior a um ano, no mínimo. Alguns exemplos:
- imóveis;
- máquinas e equipamentos;
- investimentos de longo prazo;
- ativos intangíveis, como patentes, propriedades intelectuais e marcas.
Afonso explica que os ativos não circulantes não podem ser convertidos em dinheiro tão rapidamente: “um imóvel é um exemplo de baixa liquidez. Caso a empresa queira transformar esse ativo em dinheiro, será necessário anunciar e aguardar um interessado, que ainda pode optar por negociar o pagamento de forma parcelada“.
“A principal diferença entre os dois tipos de ativos está no prazo e na liquidez. Os circulantes são de curto prazo e têm alta liquidez. Por isso, são cruciais para a operação diária e gestão de caixa. Já os não circulantes são de longo prazo e possuem baixa liquidez“, complementa o contador.
Para que servem esses ativos?
Os ativos circulantes são geralmente usados para financiar as operações diárias e atender às necessidades de curto prazo da empresa.
Por sua vez, os ativos não circulantes servem para apoiar a operação da empresa a longo prazo e contribuir para seu crescimento e desenvolvimento futuro.
Uma pesquisa do Sebrae mostrou que a falta de planejamento (de gestão e financeiro) foi uma das principais causas para empresas fecharem as portas nos últimos anos:
“17% dizem não ter feito nenhum planejamento e 59% dizem ter feito para no máximo 6 meses”.
Entender o que são os ativos e saber classificá-los é um passo importante para manter o negócio financeiramente saudável e produtivo. Além disso, ambos trabalham com um horizonte que pode ser de 12 meses ou mais, o que ajuda muito no planejamento de longo prazo.
Como fazer a correta gestão desses ativos?
De acordo com Afonso Melotti, toda empresa que quer manter um bom nível de saúde financeira precisa fazer a gestão adequada, tanto dos ativos circulantes quanto dos não circulantes. Para o primeiro tipo, a gestão de caixa deve ser uma prioridade.
“Um dos pontos a serem observados é a manutenção de um planejamento detalhado do fluxo de caixa. Ele serve para assegurar que haja sempre fundos suficientes para cobrir as operações diárias e eventuais emergências”, explica o especialista. Além disso, é importante monitorar a liquidez regularmente para evitar problemas de solvência.
A gestão das contas a receber também desempenha um papel vital. É necessário estabelecer políticas de crédito claras para minimizar o risco de inadimplência e monitorar de perto as contas a receber.
Outro ponto relevante é o gerenciamento de estoque. Realizar análises regulares da demanda possibilita o ajuste dos níveis produtos e matérias-primas armazenadas, evitando excessos e faltas. “A gestão eficiente de inventário e a manutenção da qualidade dos produtos também são importantes para reduzir custos e evitar perdas”, enfatiza o contador.
Para as despesas antecipadas, um planejamento orçamentário adequado garantirá que essas despesas estejam alinhadas com o período em que os benefícios serão consumidos. Revisar periodicamente essas informações ajuda a alocar e ajustar corretamente os recursos conforme as necessidades da empresa.
Gestão dos ativos não circulantes
No que diz respeito aos ativos não circulantes, a manutenção e a conservação de imóveis e equipamentos são fundamentais para prolongar sua vida útil e evitar custos inesperados. “Avaliações periódicas são importantes para refletir com precisão seu valor contábil e de mercado“, explica Afonso.
Em relação aos investimentos de longo prazo, o especialista indica que a diversificação é uma estratégia-chave para minimizar riscos e maximizar retornos. Monitorar o desempenho desses investimentos e ajustar a estratégia conforme necessário ajuda a garantir que eles estejam alinhados com os objetivos financeiros da empresa.
A gestão de ativos intangíveis, como patentes e marcas, requer a proteção adequada da propriedade intelectual por meio de registros e manutenção de direitos. “Avaliações periódicas desses ativos asseguram que seu valor contábil reflita seu valor real para a empresa”, sinaliza o especialista.
Além disso, é importante realizar uma reavaliação periódica dos ativos circulantes para identificar possíveis ativos obsoletos ou desnecessários, que podem ser comercializados para gerar um rendimento extra para o negócio — ou até descartados, de modo a liberar mais espaço físico.
Entendido o que é ativo circulante, assim como a modalidade não circulante, será mais fácil fazer a gestão financeira do seu estabelecimento. Esses conceitos abarcam outras rotinas importantes de negócio, como o gerenciamento de estoque e os cuidados com o fluxo de caixa — portanto, saber lidar com eles é essencial para quem quer otimizar o uso dos recursos.
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