Em 2022, a economia brasileira passou por momentos de crescimento e valorização da moeda. Todavia, é preciso ter em mente que fatores internos e externos podem ditar uma tendência de desaceleração, algo potencializado também por indicadores como a taxa de juros.
Hoje, tanto o mercado como as pessoas no Brasil vivem com perspectivas e interrogações. Uma das principais incertezas é em relação aos empreendedores, relacionadas, por exemplo, aos custos logísticos e poder de compra da população.
Continue a leitura para ver dados da economia brasileira em 2022 e as perspectivas para os empreendedores!
Qual o contexto da economia brasileira ao final de 2022?
Antes de falar sobre a economia no final de 2022, é importante voltar no tempo e falar do início de 2022. De fato, todos já sabiam que o ano não seria fácil — principalmente com a crise causada pela pandemia da Covid-19. No entanto, algo benéfico foi o abrandamento das regras de distanciamento social, permitindo a volta do trabalho presencial e, por consequência, o aumento do ritmo das atividades econômicas.
Produto Interno Bruto
Um dado que comprova essa retomada econômica pós-pandemia foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No primeiro trimestre de 2022, a economia cresceu em 1%, significando um resultado bem acima do esperado, segundo especialistas da área econômica.
No segundo trimestre, a alta foi de 1,2%, indicando que o Brasil, na atualidade econômica, apresentou crescimento econômico superior aos países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália. Japão e Reino Unido). O montante produzido no período foi de R$ 2,4 trilhões, impulsionado pelos seguintes setores:
- indústria, com aumento de 2,2%;
- serviços, com aumento de 1,3%;
- agropecuária, com aumento de 0,5%.
Já no terceiro trimestre de 2022, o aumento do PIB foi de 0,4%, totalizando R$ 2,544 trilhões. Considerando que se passaram quatro trimestres (contando o último de 2021), o crescimento do Produto Interno Bruto acumulado foi de 3%. Vale destacar que esse percentual de 0,4%, segundo especialistas, é sinal de uma desaceleração econômica.
Setor de serviços
Para se ter ideia da sua importância, o setor de serviços é responsável por 70% da economia brasileira. Empreendimentos de alimentação se inserem nessa categoria, com uma infinidade de estabelecimentos que atende a públicos variados.
A ampliação do Auxílio Brasil e o corte de impostos nos combustíveis fizeram a economia passar por uma discreta deflação, aumentando um pouco o poder de compra das pessoas. Sempre é válido lembrar: a carga tributária costuma representar uma fatia expressiva do preço final de produtos e serviços — e qualquer medida que faça esse ônus diminuir é bom para toda a economia.
No âmbito do food service, não se pode esquecer do delivery, tendência que cresceu muito com o isolamento social, mas que permanece em ascensão. Para muitas pessoas, a entrega de comida representa comodidade e economia com deslocamentos, além de representar uma redução de alguns custos por parte dos empreendedores.
Consumo por parte das famílias
Um ponto que pode ser bastante positivo para o ramo alimentício é que houve um aumento de 2,6% no consumo por parte de famílias no segundo trimestre de 2022. Na prática, isso aponta para o fato de que as pessoas estão mais dispostas a comprar itens diversos, como vestuário, e fazer pedidos em estabelecimentos alimentícios.
Já no terceiro trimestre, o aumento foi de 1%. O PIB do quarto trimestre ainda não foi divulgado. Contudo, há uma projeção de crescimentos discretos, que vão continuar em 2023.
Quais as principais previsões da economia para 2023?
Para essa análise, é importante ter em mente o papel e o impacto da taxa básica de juros: a SELIC. O ano de 2022 encerrou com um percentual de 13,75%, sendo uma forte sinalização do Banco Central de que sua intenção é conter um pouco a inflação, restringindo o consumo.
Apenas a título de informação, a SELIC aumenta quando o Banco Central opta por vender títulos ao mercado, e os juros são uma forma de torná-los mais atrativos. Por este motivo, alguns grandes empresários optam por emprestar dinheiro ao governo, em troca de rendimentos decorrentes desses juros elevados.
Todavia, há uma projeção de que, a partir de um certo momento de 2023, os juros podem começar a cair. Um ponto crucial nessa análise são os fatores externos à economia nacional, principalmente a guerra na Ucrânia, pois isso pode aquecer ou desacelerar a atividade econômica no Brasil.
Qual o papel do empreendedor na economia brasileira?
Empreender no Brasil é difícil, mas quem consegue não só se torna bem-sucedido, como gera empregos e movimenta toda a economia. Infelizmente, quem quer abrir um negócio da indústria de alimentos, por exemplo, precisa se submeter a burocracias, taxas, obtenção de alvará e permissão sanitária para operar. Mas ao ter um modelo de negócio inteligente e bem estruturado, a tendência é esse empreendimento prosperar.
Qual o cenário atual do Brasil em relação ao empreendedorismo?
Apesar dessa dificuldade praticamente intrínseca, o Brasil ainda é um excelente ambiente para empreender. A digitalização da economia é algo crucial nesse sentido, pois é possível, mesmo com recursos limitados, iniciar alguma empreitada e, então, evoluir gradualmente.
Em outras palavras, é possível criar e manter uma estrutura enxuta. Nesse sentido, uma boa alternativa é a dark Kitchen, um modelo focado no delivery, sem a existência de um salão próprio para atendimento ao público. Uma das vantagens do dark Kitchen é que a operação não precisa estar em um ponto com grande circulação, podendo estar, por exemplo, em áreas residenciais ou comerciais.
Qual é o impacto do empreendedorismo na economia?
Com exceção do MEI (Microempreendedor Individual), todos os enquadramentos tributários envolvem a contratação obrigatória de ao menos um profissional. Isso implica um grande impacto na vida das pessoas que procuram emprego, bem como em toda a economia, que passa a se movimentar mais.
Saber como está a economia brasileira é algo de suma importância para quem empreende. A perspectiva futura é de uma possível diminuição na Taxa SELIC, implicando no aumento do consumo por parte das famílias e dos investimentos de empresas.