Auditoria contábil para pequenas empresas: saiba por que é importante

Como o cálculo do índice de endividamento colabora para a melhoria da autoria contábil das pequenas e médias empresas? Confira neste post!

Débitos em aberto com terceiros não é, necessariamente, o fim do mundo para os empreendedores. Contudo, a situação se torna mais perigosa quando não há um controle efetivo do que deve ser quitado, especialmente em relação aos prazos estabelecidos. É para evitar maiores danos que o índice de endividamento deve ser utilizado.

Além de prejudicar o fluxo de caixa do negócio, as dívidas ainda podem trazer constrangimento para o empreendedor — principalmente quando as cobranças se tornam públicas. Nesse sentido, mensurar regularmente os débitos é a melhor saída.

Continue a leitura para entender o que o índice de endividamento, sua fórmula e como calcular!

O que é índice de endividamento?

índice de endividamento

Essa métrica aponta o valor necessário para quem um negócio possa pagar as suas dívidas — ou, de forma mais técnica, pode também ser definida como a proporção do ativo geral do empreendimento que está comprometido para custear o endividamento da empresa com terceiros.

Essas dívidas também são chamadas de passivos exigíveis e devem ser quitadas dentro de um determinado período, acordado entre as partes envolvidas. Por indicar com precisão o valor necessário que um empreendimento deve pagar para eliminar seus débitos em atraso, essa métrica é eficiente para estimar a saúde financeira de um negócio.

Um detalhe importante é que esse índice também pode ser referenciado pela sigla EG, que diz respeito ao nome inteiro da métrica: Índice de Endividamento Geral. Portanto, caso você encontre essa sigla em algum texto sobre finanças, lembre-se de que ela tem a ver com os débitos a serem pagos por um determinado negócio.

Qual a importância do índice de endividamento?

O principal objetivo dessa métrica é apontar uma porcentagem da receita que pode ser destinada para o pagamento das dívidas. Com esse número preciso, o gestor terá mais facilidade para estimar a quantia necessária que ele precisa separar do rendimento para efetuar a quitação dos débitos com terceiros.

Muitas vezes, o empreendedor pode se empolgar com a quantidade de dinheiro que entrou no caixa do empreendimento — em uma data sazonal, por exemplo, em que as estratégias de divulgação e treinamento dos colaboradores deram frutos.

O problema surge quando todo esse capital recebido não é alocado de uma maneira sustentável, em um negócio que tem dívidas a pagar em períodos definidos.

Além disso, o índice de desenvolvimento ajuda o gestor a frear a captação de recursos externos, caso ele já tenha muitos valores para arcar.

É comum que pequenos e médios negócios recorram a empréstimos e investimentos de terceiros, mas é preciso ter muito cuidado para que o endividamento não se torne uma bola de neve desgovernada.

Como calcular o índice de endividamento?

Vamos conhecer algumas formas de chegar a um resultado que sinalize o índice de endividamento. Lembre-se de que o objetivo não é somente acertar a fórmula, mas utilizar o que foi encontrado para planejar as próximas ações financeiras do negócio.

Primeiro método

Para conhecer o índice exato de endividamento do seu negócio, o gestor pode utilizar uma regra de três simples. Aqui, o resultado será a soma dos débitos, dividida pela receita (o dinheiro que entra em caixa) e multiplicada por 100.

A fórmula visual fica assim:

Índice de endividamento = total de dívidas / total de ganhos x 100

Entenda melhor o funcionamento dessa fórmula com um exemplo prático. Considere que um determinado empreendimento esteja lidando com os seguintes números:

  • rendimento de um determinado mês: R$ 15 mil
  • dívidas de empréstimos feitos que precisam ser quitadas nesse mês: R$ 3 mil.

Agora, aplique a fórmula:

Índice de endividamento (EG) = total de dívidas / total de ganhos x 100

Índice de endividamento: R$ 3 mil / R$ 15 mil x 100

Índice de endividamento: 0,2 x 100

Índice de endividamento: 20%

Naquele determinado mês, 20% da receita do negócio estará comprometida com o pagamento de dívidas oriundas de empréstimos.

Caso o histórico do empreendimento mostre que ele consegue gerar mais do que R$ 3 mil a cada 30 dias (valor correspondente aos débitos), essa empresa ainda estará em uma situação relativamente confortável.

Contudo, é bom lembrar que alguns fatores podem atrapalhar o rendimento nos meses seguintes, como:

  • a chegada de um concorrente de peso;
  • a descoberta de algum fator que manche a reputação do negócio (como produtos danificados ou de má qualidade);
  • uma crise econômica que assole o país etc.

É por isso que é sempre tão importante acompanhar esse indicador, mensalmente!

Segundo método

Esse segundo método tem uma fórmula bastante similar, mas é mais indicado para empresas que precisam fazer o cálculo com números mais elevados e com outras variáveis.

Aqui, divide-se total da dívida (levando em conta os débitos de curto e longo prazos) pela totalidade dos ativos do empreendimento.

A fórmula fica assim:

Índice de Endividamento Geral (EG) = (capital de terceiros / ativos totais) x 100

Confira a aplicação direta, por meio de um exemplo prático. Suponha que um determinado negócio tem R$ 500 mil em ativos totais. Já os passivos de curto prazo somam R$ 100 mil e os de longo prazo são de R$ 150 mil.

Para chegar ao índice de endividamento geral da empresa, é preciso dividir a soma do passivo exigível (débitos de curto e longo prazo) pelo total de ativos que ela tem — o que envolve os bens e direitos que ela possui e que formam seu patrimônio.

Agora, aplique a fórmula:

Índice de Endividamento Geral (EG) = (capital de terceiros / ativos totais) x 100

Índice de Endividamento Geral) = (100 mil + 150 mil) / 500 mil x 100

Índice de Endividamento Geral) = 250 mil / 500 mil x 100

Índice de Endividamento Geral = 0.5 x 100

Índice de Endividamento Geral = 50%

Nesse exemplo, 50% do ativo total da empresa está vinculado ao valor necessário para custear todas as suas dívidas. Como om resultado sinaliza a metade dos ativos totais do negócio, os gestores desse empreendimento fictício precisariam tomar muito cuidado em seus próximos passos — e evitar contrair novos débitos seria bastante aconselhável!

Quais são os tipos de endividamento?

índice de endividamento

Há dois tipos principais, especialmente quando falamos de pequenos e médios empreendimentos. Vamos chamá-los de endividamento sadio e arriscado. Entenda mais sobre cada um deles.

Endividamento sadio

O endividamento pode ser considerado sadio quando o empreendedor utiliza recursos externos para investir no próprio negócio ou em qualquer outra atividade que auxilie no desenvolvimento da empresa — como a contratação de uma equipe externa de marketing para tornar o empreendimento mais conhecido.

Esse endividamento é considerado sadio porque os resultados gerados por meio do investimento feito são capazes de cobrir os valores a serem quitados e ainda gerarem lucro para o negócio.

Endividamento arriscado (ou negativo)

Já o endividamento arriscado é representado pelo uso de dinheiro de terceiros para pagar outras dívidas preexistentes. Assim, a empresa contrai sucessivos débitos para arcar com outros. Isso é muito arriscado, já que o negócio continuará “pendurado” com novas obrigações, que podem até se tornar mais pesadas que as anteriores.

Além disso, a estrutura do novo endividamento contraído pode ser bastante nociva para a empresa, no curto, no médio e no longo prazos. Um exemplo disso é quando o negócio contrai débitos de curto prazo com valores elevados. O gestor pode até ficar estimulado pela capacidade de se livrar dessa nova obrigação em menos tempo — e acabar esquecendo de que o preço de cada parcela é bastante alto.

Contudo, é preciso ficar atento às nuances. Pode não ser financeiramente sadio para uma empresa de pequeno porte pegar milhões de reais emprestados, com altas taxas de juros e muitas parcelas, mesmo que seja para investir na expansão das atividades. Cabe ao gestor e a sua equipe financeira traçar esses limites, sempre de olho no crescimento sustentável — e não a qualquer custo.

Quais são as 5 melhores dicas para lidar com dívidas?

Entendidos os principais pontos sobre o endividamento, conheça algumas maneiras de lidar com seus débitos — e evitar contraí-los!

1. Identifique a origem dos débitos

Tão importante quanto entender o valor total das dívidas e o índice de endividamento é mapear a origem de cada débito. Assim, fica mais fácil se organizar, conhecer as contas que merecem um pagamento prioritário e quais são aquelas que oferecem a maior possibilidade de uma renegociação favorável.

2. Mapeie o fluxo de caixa

Nenhuma empresa pode ficar sem saber o que entra e o que sai do seu fluxo de caixa. Aliás, uma falta de política nesse sentido pode ser o fato causador das dívidas que o empreendimento tem agora. Saber como fazer uma análise precisa desse indicador é fundamental para não ter problemas com o endividamento.

3. Considere utilizar a antecipação de recebíveis

O método de antecipação de recebíveis ajuda o seu negócio a quitar dívidas mais rapidamente, além de gerar recursos para expandir a empresa de maneira sustentável e até mesmo a gerar fluxo de caixa.

A antecipação de recebíveis é, basicamente, o adiantamento de dinheiro de vendas feitas a prazo por uma determinado negócio. Assim, esse capital é recebido na hora — embora exija o pagamento de uma taxa. De qualquer modo, é um instrumento que ajuda a otimizar a gestão financeira da empresa.

4. Pegue empréstimo como PJ (somente se for necessário)

Caso você precise desesperadamente de recursos externos para manter o negócio vivo, ao menos faça isso como PJ (Pessoa Jurídica). Muitos empreendedores realizam empréstimos como pessoas físicas — e terminam pagando mais. Uma matéria do site Poder360 mostra como os empréstimos tomados por empreendedores são, geralmente, mais baratos.

5. Eduque-se financeiramente

Quanto mais você entender sobre finanças, menores serão as chances do endividamento do seu negócio se tornar insustentável. Ler o noticiário do dia a dia, pesquisando os termos técnicos separadamente, já é uma boa ideia. Além disso, o Sebrae tem um curso online gratuito sobre o tema, ideal para empreendedores.

Uma pesquisa conjunta feita pelo Sebrae e pelo IBGE (Índice Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que três em cada dez pequenos negócios estão com dívidas em atraso:

“De acordo com a 2ª edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o IBGE, a proporção de empresas com dívidas em aberto passou de 24% em agosto de 2022 para 27% em janeiro de 2023 do universo das MPE.”

Esses números mostram que gestores pequenos e médios negócios não podem ser displicentes quando o assunto é gerenciamento financeiro. Mapear mensalmente o índice de endividamento do negócio, como você viu aqui, é uma das formas de manter o débito sob controle e evitar as cobranças.

Outro fator que influencia o rendimento das pequenas médias e empresas é o pagamento de impostos. Por isso, confira o nosso guia prático do IRPJ (Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas)!

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Por Pedro Camargo

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