Uma das coisas mais legais do setor gastronômico é a variedade. Há espaço para quem quer vender refeições tradicionais, pratos inovadores e opções tanto para quem gosta de salgados quanto de doces.
Por isso, entender o preço para abrir uma confeitaria e como fazer isso é uma questão essencial para quem quer explorar esse segmento.
Eu sou a Bruna Melo, tenho ampla experiência no segmento de doces e confeitaria e atuo como empreendedora e mentora na área. Escrevi este post para que você conheça as principais etapas para abrir o seu próprio negócio.
Continue a leitura para entender como abrir uma confeitaria de sucesso!
Qual o preço para abrir uma confeitaria?
De R$ 5 mil a mais de R$ 80 mil. Tudo depende do tipo de operação. O preço para abrir uma confeitaria varia a depender do modelo de negócio escolhido. Vejamos as opções.
Modelo delivery ou home-based
É a forma mais econômica de começar. O investimento inicial pode ficar entre R$ 5 mil e R$ 15 mil, dependendo da escala de produção.
Nesse modelo, a cozinha pode ser adaptada em casa, reduzindo custos de aluguel e reformas. O foco recai nos equipamentos básicos, embalagens e divulgação online.
Confeitaria pequena com ponto físico
Um espaço compacto, mas aberto ao público, exige gastos com aluguel, reforma, mobiliário e decoração. O investimento médio gira entre R$ 30 mil e R$ 80 mil. O diferencial está em atrair clientes pela vitrine, algo que aumenta a credibilidade e a visibilidade local.
Confeitaria maior ou em localização privilegiada
Um espaço amplo em área nobre pode ultrapassar R$ 150 mil de investimento inicial. O valor cobre aluguel elevado, equipe maior, máquinas de alta capacidade e decoração sofisticada.
O retorno costuma vir com maior volume de vendas e ticket médio mais alto, mas o risco financeiro também cresce.
Existem modelos mais enxutos para montar a confeitaria?
Sim. Muitos empreendedores começam com encomendas sob demanda ou por aplicativos de delivery, investindo pouco em estrutura e mais em insumos e divulgação.
Outra alternativa é abrir como MEI (Micro Empreendedor Individual), o que reduz burocracia e tributos iniciais. Essa estratégia ajuda a validar o negócio antes de expandir.
O que está incluso no investimento para abrir uma confeitaria?
- Equipamentos essenciais: fornos, batedeiras planetárias, freezers, utensílios e embalagens;
- Infraestrutura e reformas do ponto: aluguel, adaptações elétricas e hidráulicas, mobiliário e decoração;
- Capital de giro e custos operacionais iniciais: compra de insumos, pagamento de funcionários, contas de água, energia, internet e marketing.
Como garantir retorno no investimento da sua confeitaria?
O segredo está em alinhar estratégia de vendas e gestão financeira.
É importante definir bem o público-alvo, oferecer produtos diferenciados, usar marketing digital para atrair clientes e controlar de perto custos fixos e variáveis.
Parcerias com empresas, presença em aplicativos de delivery e fidelização de clientes locais aceleram o retorno.
Como abrir uma confeitaria?
Depois de explicar o preço para abrir uma confeitaria, chegou a hora de mostrar cada uma das etapas para abrir o seu negócio, de acordo com vários fatores: planejamento inicial, precificação, utilização do delivery, entre outros. Confira!
1. Monte um bom plano de negócio
Um plano de negócio é um documento que detalha todo o planejamento para o funcionamento ideal de um negócio. Ele serve como um roteiro que você pode consultar várias vezes para manter o foco.
Algumas informações que constam no documento são:
- o que será vendido;
- o orçamento disponível;
- gastos direcionados para a infraestrutura, como equipamentos;
- as expectativas de lucro e retorno sobre o investimento;
- gerenciamento de estoque;
- público-alvo;
- estratégias de marketing e divulgação;
- entre outras ações que você julgar relevantes.
2. Regularize sua empresa
O segundo passo é dar forma legal ao negócio. Abrir como MEI (Microempreendedor Individual) pode ser a porta de entrada ideal, já que simplifica a tributação e permite emitir notas fiscais.
No entanto, esse enquadramento tem limites de faturamento e não contempla todos os tipos de atividade.
Por isso, se a confeitaria tiver planos de expansão ou contratar funcionários, talvez seja melhor começar como ME (Microempresa) ou até LTDA, com mais flexibilidade para crescer.
Também vale consultar um contador desde o início, pois ele ajuda a escolher o regime tributário mais adequado e a evitar surpresas fiscais no futuro.
3. Defina o investimento necessário
Nenhuma confeitaria sobrevive sem planejamento financeiro. O ideal é detalhar uma planilha de custos com três colunas principais:
- Fixos, como aluguel, salários e contas mensais;
- Variáveis, que mudam de acordo com o volume de produção, como insumos e embalagens;
- Capital de giro, que mantém a operação ativa até o faturamento se estabilizar.
Esse mapeamento mostra quanto será necessário investir para abrir as portas e quanto reservar para sustentar o negócio nos primeiros meses.
Muitos empreendedores caem na armadilha de considerar apenas os equipamentos e esquecem da reserva de caixa, essencial para suportar a fase inicial de adaptação.
4. Pense bem na localização
“O local ideal é aquele com alto fluxo de pessoas, principalmente se a cozinha estiver localizada no mesmo espaço que as pessoas consomem”.
O cheiro que a produção dos doces exala para todos os cantos já é uma excelente ação de marketing, inclusive, atrai naturalmente os clientes.
5. Planeje seu espaço físico
Mesmo uma confeitaria delivery precisa de organização na cozinha. Fluxos mal pensados geram desperdício de tempo e aumentam custos.
É importante dividir o espaço em áreas funcionais: preparo, forno, refrigeração e embalagem. Isso garante eficiência e segurança no trabalho.
No caso de uma loja física, o espaço não é apenas produtivo, mas também estratégico para encantar o cliente. A vitrine precisa ser atrativa, o balcão funcional e a ambientação coerente com a identidade da marca.
Detalhes como iluminação e disposição dos produtos influenciam diretamente na experiência de compra. Uma confeitaria bem planejada deve oferecer um ambiente acolhedor que estimula a recompra.
6. Adquira equipamentos
Todo comércio alimentício que se preza precisa de ter os equipamentos adequados para operar.
Esse é um fator que proporciona comidas e doces deliciosos — além de servir como um fator de motivação para os colaboradores, que são incentivados a produzir quando têm uma boa infraestrutura à disposição.
Alguns dos equipamentos mais utilizados em uma confeitaria são os seguintes:
- bicos de confeiteiro;
- balcão refrigerado aberto;
- vitrine quente/fria;
- forno industrial;
- batedeira e liquidificadores;
- formas;
- balança;
- entre outros, dependendo do nível de produtividade desejado.
7. Monte uma equipe qualificada
“Eu procuro em meus colaboradores as mesmas características que eu vejo em mim: paciência, pois trabalhar com publico exige paciência e compreensão”.
Outra qualidade imprescindível é a proatividade, de modo que o colaborador consiga solucionar problemas com eficiência e autonomia.
“O diálogo é a chave para ter um bom ambiente de trabalho e isso reflete diretamente no relacionamento com os seus clientes”.
8. Escolha bons fornecedores
O principal desafio na escolha de insumos e na qualidade de ingredientes é o preço. “Muitas pessoas desejam começar com qualidade, mas o investimento nesse tipo de insumo é caríssimo e isso determina o preço final de venda de um doce”.
“Outra dificuldade é encontrar bons fornecedores. Muitas lojas não indicam e não disponibilizam os fornecedores que utilizam, o que dificulta as ações para quem está começando”.
Portanto, frequente eventos e converse com empreendedores da área para começar a mapear os melhores parceiros para suprir o seu empreendimento com matérias-primas de qualidade.
9. Monte um mix atrativo
“Um cardápio que vende é aquele que oferece várias opções e que atende diferentes públicos”. Por isso, é preciso oferecer os doces mais tradicionais, com preços acessíveis, até aqueles que têm como público-alvo clientes com maior poder aquisitivo.
Contudo, é de extrema importância se adaptar e oferecer produtos inovadores, para que todos os perfis de cliente se sintam agraciados.
10. Capriche na precificação
“A precificação é um dos pontos-chaves de toda empresa”. É preciso proporcionar um preço justo, mas que cubra seus custos de produção e atenda às porcentagens dos serviços de delivery. Resumindo, “nada pode ser feito sem uma precificação correta”.
O primeiro passo é conhecer todos os custos envolvidos na produção.
Isso inclui insumos, embalagens, energia, aluguel, mão de obra e até taxas de aplicativos de delivery. Somente com esses números claros você terá noção real do quanto precisa cobrar para não trabalhar no prejuízo.
Depois, é hora de considerar a margem de lucro. Em confeitarias, ela costuma variar entre 30% e 100%, dependendo do produto.
Bolos artesanais ou personalizados, por exemplo, podem ter margens maiores porque exigem mais tempo de execução e possuem alto valor percebido pelo cliente.
Já doces simples vendidos em volume, como brigadeiros ou brownies, pedem margens menores para serem competitivos.
Outro fator estratégico é o posicionamento de marca. Afinal, preço é comunicação.
Uma confeitaria que aposta em receitas premium, ingredientes nobres e apresentação sofisticada deve refletir isso no valor final. Já negócios focados em volume e acessibilidade precisam praticar preços competitivos, sem deixar de lado a lucratividade.
11. Utilize o delivery
“Na minha empresa, o foco sempre foi delivery. Nunca precisei me preocupar com as vendas do ponto físico, eu sabia que a loja se sustentaria só com o forte delivery”.
Inclusive, defendo que a confeitaria só terá sucesso se aderir ao delivery. Basta lembrar que a maioria dos seus clientes em potencial trabalham muitas horas por dia. Logo, não têm tempo livre para se deslocar até o estabelecimento e consumir o produto durante a semana.
Por isso, há um universo inteiro de clientes que só consomem nos fins de semana. “Hoje, o iFood é a principal plataforma que o empreendedor deve buscar”.
A plataforma tem qualidade, bom suporte para os usuários e é uma referência de mercado. “Inclusive, eu sempre deixo isso claro para as minhas alunas!”.
12. Use a internet para fidelizar
As redes sociais proporcionam uma excelente oportunidade de mostrar a realidade do negócio: você pode apresentar os produtos que utiliza, mostrar a limpeza da sua cozinha, as avaliações positivas dos feedbacks dos clientes, entre outros.
É muito importante que o delivery esteja alinhado às ações de marketing. Um meio de fazer isso é utilizar fotos atrativas, assim como garantir um atendimento de qualidade e uma entrega rápida. Oferecer taxa de entrega grátis também ajuda muito na divulgação do negócio.
A fidelização do cliente acontece naturalmente, quando vários fatores estão alinhados: qualidade, preço justo, produtos bons e atrativos, entrega de qualidade e rápida, plataforma de delivery confiança”.
Gostou desse conteúdo? Entendeu mais sobre o preço para abrir uma confeitaria? Então confira já dicas para tornar a confeitaria um sucesso absoluto de mercado!
Perguntas Frequentes
O delivery pode começar com menos de R$ 15 mil. Já uma loja física dificilmente sai por menos de R$ 40 mil.
Equipamentos, reformas, insumos, marketing e capital de giro são os maiores pesos no orçamento.
Sim, desde que seja em modelo delivery ou encomendas, priorizando produção em pequena escala.
Depende do perfil do público. Se busca alcance rápido e baixo custo, o delivery é melhor. Para quem valoriza vitrine e experiência presencial, a loja física é mais indicada.