Se você chegou até aqui, é porque se interessa pelo reducitarianismo e quer ficar por dentro das tendências de 2023 para restaurantes e afins.
Aqui vai uma boa notícia: este é apenas o primeiro post de uma trilha de conteúdos. Confira a lista completa:
- Reducitarianismo: entenda o movimento
- Restaurantes pet-friendly: 6 dicas para otimizar o espaço
- 6 dicas para um ambiente instagramável
- 5 passos para trabalhar com um cardápio sazonal
- Drinks engarrafados: conheça essa tendência!
Agora, ao que interessa!
Quem empreende no ramo alimentício deve se informar e atualizar sempre sobre os novos movimentos e tendências que surgem nesse universo. Uma das atuais é o reducitarianismo.
Conhecer essa tendência e buscar formas de adaptar os negócios a ela é algo importante para quem trabalha com gastronomia. Afinal, o consumo de carne caiu em 67% no Brasil de 2021 para 2022.
Continue a leitura para entender melhor sobre o que é reducitarismo e como adaptar seu negócio para esse estilo de consumo.
O que é o reducitarianismo?
O reducitarianismo é um movimento político em que os praticantes diminuem o consumo de produtos de origem animal, em especial de carne. É uma boa proposta para aqueles que não querem (ou não podem) seguir uma dieta estritamente vegetariana ou vegana.
Vale destacar a campanha “Segunda Sem Carne” como algo relacionado tanto ao reducitarianismo e ao flexitarianismo como ao movimento vegetariano. É uma prática de caráter reducionista, já que consiste em não consumir nenhum tipo de carne nas segundas-feiras, mas é usada por muita gente como um meio caminho até o vegetarianismo.
Diferença entre reducitarianismo e flexitarianismo
O flexitarianismo também propõe uma redução do consumo de produtos de origem animal. Por isso, é fácil confundi-lo com o reducitarianismo. A grande diferença está na motivação: enquanto o flexitarianismo tende a priorizar a saúde, o reducitarianismo é mais voltado para o bem-estar animal e do meio ambiente como um todo.
Relação com o vegetarianismo e o veganismo
Em primeiro lugar, vale entender melhor os dois conceitos. Uma pessoa vegetariana não come carne, mas pode ainda consome produtos de origem animal, como leite e ovos.
O cardápio vegano, por outro lado, não contém nenhum tipo de alimento cuja origem seja animal. Inclusive, o veganismo é um verdadeiro estilo de vida que estende o não consumo de produtos de origem animal para além da alimentação — por exemplo, veganos não usam cosméticos que contenham matéria-prima desse tipo. Normalmente, eles também evitam comprar produtos testados em animais.
Como você já sabe, pessoas adeptas do reduciarianismo não excluem totalmente itens de origem animal da dieta, mas buscam reduzir esse consumo. A motivação política e sustentável é o que há em comum entre esse movimento, o vegetarianismo e o veganismo.
Por que o consumo de carne pode ser prejudicial ao planeta?
A verdade é que a carne tornou-se uma espécie de vilã quando se fala em poluição. Afinal, os dois gases geradores de efeito estufa mais importantes são o metano e o gás carbônico. Na produção de carne, a emissão desses gases ocorre por meio de:
- desmatamento de áreas para formar pastos para o gado;
- erosão do solo, quando o pasto é mal cuidado;
- gases emitidos pelo gado no processo de fermentação gástrica da comida ingerida.
Por isso, optar por alimentos de origem vegetal é uma forma de contribuir com a sustentabilidade ambiental. No entanto, muitas pessoas preferem não cortar totalmente a carne e outros itens da alimentação, seja por gostar de consumir certos alimentos, seja por entender que a proteína animal é importante para o organismo humano. É aí que o reducitarianismo surge como uma opção.
Vale lembrar, também, que certas campanhas que defendem a vida animal também influenciam a decisão de muitas pessoas. Documentários como “A Carne é Fraca” mostram a realidade por trás da pecuária, avaliando os riscos e as arbitrariedades que a atividade envolve, bem como o sofrimento animal.
Como funciona qual o propósito do reduciarianismo?
Uma dieta reducitariana não precisa excluir definitivamente alimentos de origem animal. A finalidade, como o nome indica, é reduzir, e não eliminar. Por exemplo, uma pessoa pode deixar de comer carne em casa, limitando-se a consumi-la apenas em eventos ou quando sai para almoçar ou jantar.
Outro exemplo de prática de reducitarianismo é optar por estabelecimentos flexitarianos, ou seja, com cardápios que não focam na carne, mas não a tiram completamente das opções.
O conceito de reducitarianismo pode ir mais longe e envolver práticas para reduzir desperdícios. Na cozinha, como em qualquer outro local, é possível reaproveitar insumos, como as cascas de algumas frutas.
A redução de desperdícios está associada a um maior controle sobre os insumos, evitando compras em excesso e fora do tempo. Grandes estoques vão à contramão de uma política mais sustentável. Quanto maiores os desperdícios, maiores serão aos resíduos gerados, que precisarão ser descartados ou submetidos a algum tipo de tratamento.
Redução do consumo de açúcar, de gordura, de glúten, de lactose e de todo e qualquer produto relacionado à exploração animal é uma proposta que tende a aumentar na sociedade, buscando um novo estilo de vida e o desenvolvimento de uma economia menos agressiva ao meio ambiente.
O reducitarianismo permite, portanto, reduzir práticas ecologicamente incorretas sem reduzir os lucros das empresas — ao contrário, ajuda a reduzir custos e prejuízos nas empresas.
Por que essa tendência influencia diretamente a gastronomia?
Conforme uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2021, 67% dos brasileiros deixaram de consumir carne vermelha. Atualmente, o brasileiro consome aproximadamente 26,4 quilos de proteína animal durante o ano, uma queda de quase 14% em comparação com 2019. É o menor índice desde 1996.
Um dos motivos para isso é o aumento do preço da carne. Outro motivo é o papel que a carne, especialmente a bovina, desempenha no aquecimento global.
Outra pesquisa, realizada pelo GFI (The Good Food Institute Brasil), mostrou que metade dos brasileiros diminuiu o consumo de carne animal em 2021. O consumo de “carne de planta” tem crescido no Brasil: ela faz sucesso porque tem aspecto, sabor e cheiro similares aos da carne animal, mas é feita apenas com ingredientes de origem vegetal.
Esses dados apontam para o crescimento do reducitarianismo. Inclusive, ele foi considerado pela Whole Foods Market uma das tendências gastronômicas para 2022.
Como um estabelecimento pode se adaptar a isso?
Todo processo de adaptação é gradual. Para começar, seu estabelecimento deve sempre buscar oferecer opções novas, sem comprometer aquelas que já constavam no cardápio e eram procuradas pela clientela.
Nesse sentido, é importante conversar com pessoas vegetarianas e veganas para entender que opções podem ser oferecidas — sempre considerando o perfil do seu negócio e o público atendido. Também é uma boa ideia consultar um nutricionista.
Outras práticas importantes são:
- identificar os produtos no cardápio, seja com nomes como “vegano” e “livre de glúten”, seja com símbolos — para alimentos sem glúten, por exemplo, usa-se o símbolo de um raminho de trigo; para alimentos totalmente vegetais, uma folhinha verde;
- investir em receitas atrativas para o público existente — afinal, é possível criar itens deliciosos com receitas vegetarianas ou veganas;
- oferecer opções especiais e descontos em dias específicos, a exemplo do Dia Mundial do Veganismo;
- anunciar o estabelecimento como favorável ao flexitarianismo e ao reducionismo em plataformas online.
É importante oferecer sempre opções que contemplem públicos específicos, como pessoas reducitarianas, vegetarianas, veganas e intolerantes a lactose. O reducitarianismo, em especial, merece a atenção dos empreendedores do ramo alimentício, já que é uma tendência atual.
Para continuar a se informar sobre as tendências do mercado, entenda já os restaurantes pet friendly e saiba como otimizar seu espaço nesse sentido!