Você sabe a diferença entre custo direto, indireto, fixo e variável? Entender todas essas categorias é fundamental para uma boa administração, já que esses custos são necessários para a manutenção das atividades de qualquer negócio. Eles estão presentes em diversos setores de uma empresa, por isso é importante garantir que o retorno financeiro seja sempre superior.
Esses custos estão presentes desde os investimentos para a abertura do comércio e são necessários para a produção, a realização de serviços e ações de marketing. Eles podem ser divididos em diferentes categorias conforme sua natureza — e classificá-los corretamente ajuda a evitar grandes problemas financeiros.
Continue a leitura e entenda os principais tipos de custos envolvidos na administração de um negócio!
Qual a diferença entre custo e despesa?
Custo é todo tipo de gasto com que uma empresa arca em função de sua produtividade. Ou seja, todo investimento que se relaciona à produção ou prestação de serviços em um negócio — mesmo que indiretamente.
Comumente, os termos “custo” e “despesa” são usados como sinônimos, mas em sua essência, as despesas seriam referentes aos custos que não têm vínculo direto com a atividade principal da empresa — ou seja, seu conceito seria mais próximo da ideia de custo indireto, conceito que será abordado mais adiante.
As despesas, portanto, estão ligadas às atividades e recursos de apoio para manter o funcionamento do negócio, o que inclui questões administrativas — nela, estão duas subcategorias, as despesas fixas e variáveis.
Já o termo “custos” pode ser usado de forma mais técnica, dentro da perspectiva da gestão financeira. Nesse sentido, ele envolve uma divisão em diferentes categorias.
O gasto, por sua vez, é um conceito mais amplo, que pode ser usado para se referir a qualquer saída de dinheiro do caixa da empresa, seja para aquisição de um computador ou máquina, seja para pagamentos de serviços e obrigações, como a conta de luz.
Quais os principais tipos de custos?
Como você já sabe, os custos são divididos tecnicamente em diretos e indiretos e em fixos e variáveis, e entender essas categorizações é importante para a gestão de restaurantes, bares e outros estabelecimentos. Confira, a seguir, cada um desses conceitos.
Custo direto
O custo direto é o mais fácil de definir. O nome se refere ao fato de ser um gasto relacionado diretamente ao produto ou serviço final, sem a necessidade de fazer rateio (ou seja, divisão proporcional de custos a partir de estimativas).
Alguns exemplos de custo direto importantes para um estabelecimento do ramo alimentar são:
- remuneração da mão de obra direta (por exemplo, garçons e garçonetes);
- ingredientes utilizados no preparo dos itens do cardápio;
- embalagens para delivery.
Naturalmente, o cálculo dessa categoria de custos está ligado à contabilidade do tempo de trabalho que cada colaborador dedica e do consumo de materiais.
Para calcular os custos diretos, o gestor deve somar esses e outros investimentos que têm vínculo estreito com a atividade principal da empresa e dividir pela quantidade de produção durante o período analisado.
Custo indireto
Os custos indiretos geram dúvidas, pois não são tão fáceis de identificar como os diretos. Eles são aqueles que não têm relação direta com o foco das atividades da empresa, mas que, ainda assim, são importantes para o seu funcionamento.
Alguns custos indiretos comuns envolvem o pagamento de água, internet e energia elétrica para o funcionamento do estabelecimento e a produção dos itens. Para calculá-los, é necessário utilizar o método de rateio (uma divisão proporcional dos gastos a partir de estimativas).
Primeiramente, é preciso definir um valor aproximado para fazer o cálculo de produção de cada item. Por exemplo, é possível incluir o valor total gasto com as contas de um pizzaria em um mês e dividi-lo por cada pizza pedida nesse período (bem como outros itens, a exemplo de bebidas para acompanhar), de forma proporcional.
Custo fixo
O custo fixo é um gasto mensal, frequente e que não depende da quantidade de vendas realizadas no mês, mas tenha em mente que a recorrência de um tipo de custo não faz com que ele seja, automaticamente, um custo fixo — o valor precisa ser fixo.
Por exemplo, os salários dos colaboradores em regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e o valor do aluguel do ponto físico da loja (se for o caso) são custos fixos, já que são recorrentes e normalmente não apresentam variação mensal.
Se uma lanchonete delivery, que produz em um espaço alugado, fizer mil entregas em um mês e, no próximo, fizer apenas 500, os custos com salários dos colaboradores em regime tradicional e o valor do aluguel serão os mesmos em ambos os meses, já que não dependem da quantidade de vendas.
Custo variável
Ainda usando o exemplo anterior: se a mesma lanchonete contar com pessoas entregadoras que ganhem proporcionalmente às entregas realizadas, a remuneração dessas pessoas será diferente no segundo mês em relação ao primeiro, já que no mês anterior houve o dobro de entregas. O uso de equipamentos elétricos (como um liquidificador) também será diferente, o que vai refletir na conta de energia.
Esses aspectos representam, portanto, custos variáveis. Essa categoria é composta por gastos que mudam de acordo com a quantidade de vendas de serviços e produtos. Alguns exemplos disso são:
- matéria-prima;
- impostos;
- embalagens;
- taxas de cartão de crédito.
Ou seja, o custo variável está diretamente ligado ao valor e ao número de vendas do empreendimento. Se essas vendas aumentam, os custos variáveis aumentam proporcionalmente. Por outro lado, se as vendas diminuem, eles ficam menores também.
Para calcular os custos variáveis, primeiramente é necessário definir quais custos pertencem à categoria. Em seguida, devem ser somados todos os gastos de determinado período. Por fim, o valor resultante deve ser dividido pelo volume de produção.
Qual a importância de entender a diferença entre custo direto e indireto, fixo e variável?
A gestão financeira começa antes mesmo da empresa iniciar as suas atividades, afinal abrir um negócio demanda análise de orçamento investimentos, disponibilidade de caixa e capital de giro.
Dessa forma, os gestores, independentemente do tipo e tamanho do negócio, devem compreender os conceitos e as diferenças entre os tipos de custos. Essas informações ajudam a tomar decisões mais seguras e manter a saúde financeira da empresa.
A distinção entre custos diretos e indiretos, por exemplo, permite uma alocação precisa dos gastos na produção, auxiliando na determinação do custo unitário de cada produto. A classificação em custos fixos e variáveis, por sua vez, impacta a tomada de decisão, facilitando a definição de preços, planejamento da produção e análise da lucratividade.
Portanto, conhecer as diferenças conceituais permite que os gestores otimizem os seus processos, identifiquem gargalos, otimizem custos e investimentos e consigam definir ações que contribuem, por exemplo, para o cálculo da margem de contribuição.
Além de todos esses conceitos, entender a diferença entre custo e direto e indireto, fixo e variável, ajuda a calcular a receita líquida da sua empresa. Nesse ponto, vale destacar a diferença entre a receita bruta e líquida. O Sebrae explica:
“Quando falamos em receita bruta, estamos falando em todas as vendas da empresa antes de qualquer desconto ou retenção de impostos. A receita líquida é a diminuição de todos os impostos que foram atribuídos para alcançar essa somatória. E nesse ponto é importante ressaltar que receita líquida não é a mesma coisa que lucro”.
Como você pode ver, são muitos conceitos com nuances e diferenças que impactam nas decisões financeiras da empresa. Escolhas inteligentes e baseadas em dados ajudam a identificar gargalos e tomar decisões mais informadas, contribuindo para o aumento da sua competitividade no mercado.
Como saber os custos dos produtos?
Conhecer os custos dos produtos ajuda a definir preços de venda competitivos, além de permitir a análise da rentabilidade de cada item, favorecendo uma tomada de decisões mais estratégica sobre produção e comercialização.
Para determinar o custo de um produto, independentemente do tipo ou segmento, você precisa somar todos os gastos diretamente relacionados à sua produção ou aquisição. Isso inclui os custos dos:
- materiais utilizados;
- mão de obra envolvida;
- custos indiretos de produção (como energia elétrica, aluguel e depreciação de equipamentos);
- custos de armazenagem e distribuição.
E aqui, mais uma vez, se faz necessário diferenciar os custos fixos (que não variam com a quantidade produzida, como aluguel e salários) dos custos variáveis (que se alteram de acordo com a produção, como matéria-prima e comissões de vendas).
Por meio da soma de todos esses custos, se obtém o custo total do produto. Existem diversas metodologias de custeio, como o custeio por absorção e o custeio variável, que utilizam diferentes critérios para alocar os custos indiretos aos produtos. Conheça alguns deles:
- custeio por absorção — todos os custos de produção, tanto diretos quanto indiretos, são alocados aos produtos, incluindo custos fixos e variáveis;
- custeio variável — apenas os custos variáveis de produção são alocados aos produtos. Nesse caso, os custos fixos são considerados como despesas do período;
- custeio baseado em atividades (ABC) — metodologia que identifica as atividades que geram custos, permitindo alocar esses custos aos produtos com base no consumo dessas atividades;
- custeio por ordem de produção — usado em empresas que produzem sob encomenda, na qual cada ordem de produção tem seus próprios custos calculados.
A escolha da metodologia de custeio aplicada em seu negócio depende das características da empresa e do objetivo da análise.
Independentemente do tipo escolhido, é importante que o gestor mantenha um controle rigoroso dos custos, utilizando sistemas de gestão empresarial e ferramentas de análise de dados. Conhecendo os custos de seus produtos, a empresa pode tomar decisões mais inteligentes e seguras.
Como você viu, dominar os conceitos de custo direto, indireto, variável e fixo é importante para administrar a parte financeira do seu negócio corretamente. Por isso, é essencial que empreendedores e gestores se debrucem sobre esses temas, classifiquem os custos cuidadosamente e garantam a saúde financeira da sua operação.
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