Qual é o futuro da indústria de alimentos no Brasil?

Qual é o panorama e quais desafios fazem parte da indústria de alimentos no Brasil? Quais as características que o público valoriza? Confira!

A indústria de alimentos, sobretudo os serviços de alimentação, conhecidos como food service, tem registrado recorde de faturamento nos últimos anos. Para você ter ideia, o setor movimentou mais de R$ 150 bilhões em 2021, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), e existe uma previsão de mercados em alta em 2022.

Esse ramo alimentício soube antecipar tendências e apresentar soluções consistentes aos inúmeros desafios dos últimos tempos, sejam as medidas de isolamento social, a restrição da circulação em alguns ambientes, as mudanças de hábitos alimentares e, de modo geral, a instabilidade na economia do planeta.

Em todo caso, a retomada de todos os segmentos da indústria de alimentos cria expectativa positiva para as empresas do segmento em 2022 e nos próximos anos, confirmando as tendências de consumo e a demanda crescente dos clientes por alimentação.

Para os gestores do ramo, é importante conhecer o panorama do setor de alimentos no Brasil e são os novos desafios para esse tipo de negócio no país.

Continue a leitura deste post para saber quais são as características mais valorizadas pelos consumidores da indústria de alimentos, do atendimento personalizado à entrega eficiente do produto, passando, claro, pela qualidade dos itens e pela preocupação com a sustentabilidade socioambiental.

Panorama da indústria de alimentos no Brasil

Não há dúvidas de que a indústria alimentícia representa uma fatia importante da economia nacional. E grande parte desse resultado se deve à grande cadeia de produção atrelada aos negócios do ramo.

Para você ter ideia, o segmento inclui desde empresas que preparam alimentos frescos até empreendimentos que transformam matérias-prima em produtos prontos para consumo.

É importante conhecer um panorama sobre a atividade para saber como ela impacta a renda de milhões de brasileiros e alcança uma enorme visibilidade entre os investidores.

Dessa maneira, o panorama ajuda a visualizar, amplamente, o desempenho da indústria de alimentação no Brasil. Veja os pontos de destaque sobre o setor, incluindo o faturamento das empresas, as tendências de consumo e o número recorde de empregos gerados nos últimos anos!

Faturamento

Um dos índices mais importantes para conhecer se um segmento está acumulando resultados positivos (ou negativos) no mercado é o faturamento. E, em relação à indústria brasileira de alimentos, o cenário é realmente animador, uma vez que as empresas fecharam o ano de 2021 com um ganho de R$ 922,6 bilhões, segundo dados da ABIA. Impressionante, não é?

O crescente faturamento da indústria de alimentos no país é associado a vários fatores, como as mudanças nos hábitos do consumidor e a maior procura por comida nos aplicativos de entrega. O fato é que, em um ano, de 2020 a 2021, o faturamento das empresas do ramo alimentício cresceu 16,9% e, no atual momento, esses negócios movem o equivalente a 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

Sendo assim, a indústria de alimentos deve seguir movimentando a economia brasileira em 2022, apesar da projeção do Banco Central apontar para uma variação de 0,5% a 1% do PIB nacional — um crescimento considerado baixo em relação ao potencial produtivo do Brasil.

No entanto, o mercado espera que o número de vendas nos negócios do ramo alimentício aumente 2% em relação ao ano passado, e a porcentagem já inclui a alta do preço das commodities (produtos de origem agropecuária ou de extração mineral, como soja, milho, açúcar, entre outros). Enfim, um cenário positivo para o setor este ano!

Investimento no setor

Não é por menos que a indústria de alimentos vem conquistando resultados impressionantes no Brasil. O setor recebeu inúmeros investimentos nos últimos anos, com a expansão de fábricas, fusões e aquisições de empresas, fomento à pesquisa e compra de maquinário, por exemplo.

Ao todo, os investimentos no setor alimentício alcançaram a marca de R$ 21,2 bilhões em 2020, de acordo com levantamento da ABIA. A cifra representa 2,7% do faturamento total desse segmento (R$ 789,2 bilhões) naquele ano.

Por outro lado, o mercado de franquias também se destaca na indústria alimentícia, atraindo muitos investidores no Brasil. Nos últimos anos, negócios de comida e bebida são os mais lucrativos entre as franquias que operam no país, gerando quase R$ 170 bilhões por ano, conforme pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

Apesar da crise econômica e sanitária provocada pela Covid-19 no mundo, a indústria de alimentos segue como um ótimo negócio para os investidores. O motivo não poderia ser mais simples: alimentar-se é uma necessidade do indivíduo e, sem comprar e consumir alimentos, não há condições para a sobrevivência humana. Por isso, o setor pode sofrer com a instabilidade do mercado, mas sem perder investimentos.

Geração de empregos

Um panorama da indústria de alimentos no Brasil não pode ignorar que essa área contribui, e muito, para a geração de empregos.

Entre janeiro e julho de 2021, o segmento gerou quase 200 mil postos de trabalho com carteira assinada, o melhor resultado desde 2011 e um crescimento de 107% em relação ao mesmo período de 2020, segundo comunicado da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.

Os postos de trabalho gerados pela indústria de alimentos estão atrás, apenas, da construção, que ganhou mais de 8 mil empregados entre janeiro e julho de 2021. Ao mesmo tempo, as empresas do ramo da alimentação empregaram mais do que o setor de serviços, comércio e indústria (exceção para a indústria alimentícia).

No segundo semestre de 2021, apenas os bares e restaurantes geraram 600 mil empregos no Brasil, conforme o órgão representante do segmento. O número positivo se relaciona à melhora da pandemia de Covid-19 no país, com a redução de casos e mortes provocados pelo novo coronavírus naquele período.

Por fim, em relação ao food service, o número de colaboradores é impressionante. Em 2019, mais de 25 milhões de pessoas se dedicavam a essa atividade, garantindo a renda das famílias brasileiras.

Destaques do setor

Não é novidade que a indústria de alimentos tem um peso muito importante para a economia brasileira. Mas para ajudar você a ter noção sobre esse impacto, aqui vão alguns destaques sobre o setor.

A indústria alimentícia é responsável por 58% de toda a produção agropecuária da nação. Nesse sentido, é importante destacar que as empresas do setor precisam de muita matéria-prima, em especial proteína animal, trigo e arroz, que formam a base da comida que vai à mesa dos brasileiros.

Além disso, o consumo no mercado interno representa 80% das vendas da indústria alimentícia. A taxa já reflete o aumento nas vendas do varejo e do segmento de alimentação fora do lar nos últimos anos.

Por sua vez, o Brasil tem uma posição privilegiada na exportação dos mais diversos alimentos. O país é o segundo maior exportador de comida industrializada do planeta, fechando negócio com toda a comunidade internacional. O fenômeno explica por que 20% do total da produção alimentícia nacional é destinado ao mercado externo.

Desafios da indústria de alimentos

É verdade que o faturamento da indústria de alimentos é muito alto. Mas, para que as empresas alcancem bons resultados, é preciso superar os inúmeros desafios.

Com clientes exigentes e uma grande concorrência, os negócios precisam atender a normas específicas e manter um rigoroso controle de qualidade, investindo em gestão de estoque e inovação de produtos.

Saiba mais sobre os desafios do setor de alimentos!

Controle de qualidade

A lista não poderia começar de outra forma, pois a gestão de qualidade é crucial para o sucesso das operações na indústria de alimentos no Brasil e no mundo. O controle deve padronizar os processos internos, mantendo um rigoroso cuidado a cada prato produzido pelo negócio.

O desafio desse tipo na gestão do restaurante está associado ao tamanho da cadeia de produção, que compreende desde os produtos adquiridos com fornecedores até os itens prontos para serem entregues aos clientes.

Controle de estoque e armazenagem

Após o controle de qualidade, a gestão de estoque e armazenagem apresenta grandes desafios diários para as empresas do ramo alimentício.

Os estabelecimentos devem seguir as boas práticas para armazenar as matérias-primas — alimentos perecíveis que, em pouco tempo, perdem os componentes nutricionais e não podem ser reaproveitados —, obedecendo a critérios eficientes contra o desperdício e os prejuízos.

Mas sabe quais são os maiores desafios da gestão de estoque na indústria de alimentos? Podemos afirmar que a produção sem escoamento (oferta maior do que a demanda do fornecedor ou do cliente final) e a falta de controle na validade dos produtos são erros graves que devem ser evitados com a integração das diversas áreas do negócio.

Assim, para manter a condição dos alimentos e aumentar a qualidade do produto acabado, a indústria alimentícia deve monitorar o estoque e a armazenagem dos itens, evitando que erros comprometam as operações, impactem a cadeia produtiva e ameacem a reputação da empresa.

Inovação de produtos

Não há dúvidas de que, com a expansão do mercado alimentício, os consumidores estão cada vez mais exigentes.

Nesse sentido, existe uma grande demanda por alimentos práticos e saudáveis, motivo pelo qual o setor deve investir em pesquisa e inovação, lançando produtos que chamem a atenção da clientela e despertem o desejo de consumo.

Por outro lado, os restaurantes devem focar na experiência do consumidor, apresentando soluções para otimizar a relação do cliente com a marca e mostrando à pessoa por que ela deve consumir os seus produtos, deixando a concorrência em segundo plano.

Assim, os estabelecimentos precisam apostar na variedade de produtos e sabores. Um desafio que movimenta toda a cadeia de produção e torna ainda mais complexa a gestão de estoque e o atendimento às normas específicas para o setor de alimentação.

Atendimento às normas

Por fim, a indústria de alimentos deve atender a uma legislação rígida, que regulamenta as operações e certifica a liberação dos produtos para consumo da população.

Nesse sentido, para garantir o cumprimento das normas específicas para o setor, a gestão deve incorporar ao dia a dia da indústria de alimentos a emissão de laudos técnicos e a impressão de etiquetas nutricionais, por exemplo, controlando a qualidade e detalhando os componentes de cada lote.

Diante do imenso desafio, muitas empresas estão trabalhando com um sistema de gestão do negócio, que atua centralizando as informações sobre os produtos e integrando os dados a um sistema operacional do negócio.

A tecnologia ajuda a garantir a credibilidade dos dados, atendendo, minuciosamente, às normas que padronizam a produção alimentícia no Brasil.

Características mais valorizadas pelos consumidores

Agora, você entendeu qual é o panorama e quais são os desafios da indústria de alimentos no futuro. Mas a dúvida que fica é sobre as características que o público mais valoriza em empresas do ramo alimentício, certo?

Para ajudar você a entender a demanda do público, listamos as principais características que chamam a atenção dos clientes e aumentam as vendas na indústria de alimentos hoje em dia. Confira!

Atendimento humanizado e personalizado

Para se destacar da concorrência e ganhar a preferência do público, os negócios do ramo de alimentos devem investir, inicialmente, em atendimento humanizado. Mas o que isso significa exatamente?

A estratégia funciona quando a empresa entende as queixas do cliente e oferece soluções para os problemas apresentados, devendo o atendente prestar atenção ao relato e se colocar na posição do consumidor. O resultado é uma relação mais humana com a clientela!

Ao mesmo tempo, vale apostar na personalização do atendimento como um diferencial competitivo para o negócio. Essa técnica adapta a prestação de serviço ao cliente com uma linguagem que faça a pessoa se sentir única e especial.

Além disso, o atendimento personalizado deve responder à demanda do público de forma rápida e pontual, otimizando a venda sem perder de vista a singularidade da experiência de cada consumidor com a marca.

Entrega eficiente

A entrega eficiente é uma das características mais valorizadas pelo público da indústria alimentícia. É o que mostra a pesquisa Brasil Food Trends, que analisou os novos hábitos de consumo dos brasileiros, apontando o que os consumidores estão levando em conta na hora de comprar alimentos nos vários negócios desse ramo no país.

Dessa forma, os clientes apontam que a conveniência e a praticidade na entrega são fatores decisivos para a escolha de produtos e marcas.

A tendência está associada, principalmente, a soluções que atendem à demanda de um público com uma rotina acelerada e que, em geral, prefere comprar via aplicativo de delivery, olhando as opções do cardápio dos restaurantes.

Por isso, a gestão de empresas de alimentos não deve desconsiderar a eficiência da entrega na hora de planejar as operações, saciando o desejo do consumidor em menos tempo e garantindo a fidelidade desse grupo.

Produtos de qualidade

Outra característica valorizada pelo público das empresas alimentícias são os produtos de qualidade, de acordo com o levantamento Brasil Food Trends. Dessa forma, os negócios precisam conquistar a confiança do consumidor, garantindo a origem e a superioridade dos alimentos produzidos e comercializados pela indústria.

Ao mesmo tempo, existe um mercado disposto a pagar mais por produtos de maior qualidade e exclusividade, os chamados alimentos premium e gourmet.

No entanto, para ter sucesso ao abrir um restaurante focado em pratos gourmet e conseguir agregar valor aos produtos que estão no cardápio, é preciso que o público entenda a postura, o compromisso e os diferenciais competitivos do seu negócio.

Então, desenvolver uma comunicação para convencer esse cliente exigente disposto a pagar mais para a indústria de alimentos é fundamental para fidelizar o público e garantir o comércio de produtos de qualidade no seu restaurante.

Sustentabilidade social e ambiental

Por fim, a pesquisa Brasil Food Trends identificou que os consumidores estão valorizando, cada vez mais, organizações que se comprometem com a sustentabilidade social e ambiental. Isso quer dizer que priorizam empresas que atuam para melhorar as condições de vida da população e que adotam medidas para reduzir o impacto industrial no planeta.

Portanto, para se antecipar à tendência e atender a essa demanda do público, a indústria de alimentos deve repensar as práticas de sustentabilidade e ética, deixando claro para os clientes como a empresa está contribuindo para a melhoria da condição de vida humana e a preservação do meio-ambiente.

Ao divulgar as ações de responsabilidade socioambiental para os consumidores, o público tem informações suficientes para dar preferência a marcas que se comprometem com projetos da sociedade e causas ambientais.

Tendências na indústria alimentícia

Até aqui, você sabe o que uma empresa precisa ter para chamar a atenção do público e conseguir aumentar as vendas.

Mas para superar as expectativas e continuar crescendo no mercado, os empreendedores do setor de alimentos devem ter atenção, também, às tendências, criando soluções para atender à demanda do público.

Veja quais são as principais tendências para a indústria de alimentos no Brasil!

Automação na indústria

Após a crise sanitária provocada pelo coronavírus, a indústria de alimentos modificou boa parte das etapas produtivas para reduzir o risco de contaminações, por exemplo.

Por isso, a tendência para os próximos anos é que metade das tarefas de trabalho sejam automatizadas, isto é, realizadas por máquinas computadorizadas, afirma pesquisa da International Data Corporation.

A mudança nas funções manuais reduz os erros operacionais, aumenta a produtividade e otimiza o padrão de qualidade nas empresas.

Alimentação saudável

Uma das principais tendências observadas durante a pandemia de Covid-19 no Brasil e no mundo é a busca por alimentação saudável. Sendo assim, a expectativa do mercado é de que os clientes procurem cada vez mais alimentos naturais, ricos em nutrientes que fortalecem os diversos órgãos do corpo humano.

Nesse sentido, a implementação de tecnologia na indústria alimentícia deve impulsionar a produção de alimentos orgânicos, diminuindo o número de produtos processados e ultra-processados vendidos no supermercado e oferecendo para o consumidor opções que colaboram com uma dieta equilibrada.

Lixo zero

Outra tendência para a indústria de alimentos é o chamado zero waste (desperdício zero, em tradução literal). Sabe o que isso significa?

O movimento tem foco no consumo sustentável e ganhou ainda mais visibilidade na pandemia. Para produzir menos lixo, as empresas devem repensar as práticas, investindo em embalagens recicláveis e logística reversa (operações de reaproveitamento de produtos).

Dark kitchens

O food service deve assistir ao aumento das dark kitchens, ou restaurantes-fantasma. A categoria está ganhando força no Brasil e designa negócios virtuais do setor de alimentação que atendem os clientes em aplicativos de entrega, não oferecendo a possibilidade de o público consumir no ambiente físico da empresa.

Dessa forma, as empresas podem funcionar em diferentes espaços, adaptando a cozinha para atender à crescente demanda do público. Já os consumidores, sedentos por cardápios inovadores e combinações irresistíveis, contam com a diversidade dos negócios alimentares, podendo escolher as opções que mais desejam.

Cozinha compartilhada

Atrelada à tendência das dark kitchens, a cozinha compartilhada (ou cloud kitchens, na expressão em inglês) é uma solução que veio para ficar na indústria de alimentos. Não por menos, o Brasil assiste à multiplicação desse formato nos últimos anos.

A ideia da cozinha compartilhada é oferecer um único espaço equipado para vários restaurantes-fantasma funcionarem. Como resultado, o modelo de negócios diminui as despesas com um ponto físico, aumentando a entrega de produtos e diversificando as operações com o trabalho conjunto realizado pelas marcas.

Empreendedorismo feminino

Enfim, o empreendedorismo feminino deve marcar o futuro da indústria de alimentos. Atualmente, mais de 30% dos empreendedores brasileiros são mulheres (8,6 milhões são donas do próprio negócio), de acordo com levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Mas a presença feminina tem tudo para crescer, especialmente no ramo alimentício.

Agora você sabe mais detalhadamente sobre a indústria de alimentos no Brasil, conhecendo o panorama sobre os recursos, os empregos e o faturamento dos negócios. O segmento também apresenta um futuro desafiador, uma vez que as empresas precisam atender a um rigoroso controle de qualidade e investir em muita inovação para satisfazer a demanda do consumidor.

Criando soluções para os desafios e atendendo à demanda de um público cada vez mais exigente, a indústria de alimentos deve manter o crescimento nos próximos anos e gerar ainda mais emprego para os colaboradores do setor.

O conteúdo foi interessante para você? Se sim, continue se informando sobre o segmento de alimentos. Agora, veja um passo a passo para montar a sua cozinha profissional!

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