A alta nos preços dos insumos, um dos pesadelos de gestores de comércios alimentícios, é consequência direta da inflação. Como ela afeta tanto o setor alimentício, é fundamental que gestores entendam o que é inflação e como contornar esse problema.
Lidar com a inflação implica uma série de manobras para evitar repassar os custos adicionais à clientela ou ao menos minimizar essa repercussão. Afinal, aumentar os valores no cardápio pode prejudicar o número de pedidos.
Saiba mais sobre o tema!
O que é inflação?
De modo geral, a inflação é um fenômeno econômico, entendido como o aumento generalizado nos preços de produtos e serviços. Ainda há muita discussão sobre o tema, já que essa elevação dos valores é entendida, por alguns economistas, como apenas um sintoma da oferta monetária — isto é, a disponibilidade de dinheiro circulando.
No entanto, definir a inflação como o aumento de preços é a explicação utilizada por grande parte dos economistas do Brasil para simplificar o assunto. Então, quando você ouvir pessoas reclamando da inflação, elas estão se referindo ao aumento geral de preços.
A inflação representa uma verdadeira reação em cadeia. O aumento no valor dos ingredientes que uma marmitaria usa, por exemplo, tem impacto direto sobre os lucros com a venda de pedidos, que diminui e pode até se tornar inexistente em alguns casos.
Com isso, a gestão empresarial pode se ver obrigada a rever a precificação dos itens — o que faz com que os clientes também sintam, na hora de pedir comida, as repercussões da inflação.
Quais são os efeitos e consequências da inflação?
A inflação representa uma redução significativa no poder de compra da população. Especialmente considerando que a remuneração dos trabalhadores, em geral, não acompanha o aumento de preços, essas pessoas tendem a sentir uma queda em seu padrão de vida — afinal, seu dinheiro já não rende da mesma forma como antes.
O valor que antes era necessário para comprar 1 quilograma de carne, por exemplo, passa a não ser suficiente em um cenário de inflação. Infelizmente, empreendedores do serviço alimentar também sentem os impactos da inflação, pois a matéria-prima passa a ser mais cara.
Nesse contexto, as pessoas já tendem a reduzir a frequência e o valor de pedidos em estabelecimentos alimentícios, para garantir que continuarão a ter dinheiro para outras responsabilidades. Quando o valor dos itens no cardápio também aumenta, então — o que muitas vezes é inevitável —, o cenário se agrava.
Com o índice alto, o dinheiro vale menos. Com a desvalorização do dinheiro do consumidor, ele tende a consumir menos. A partir da diminuição desse consumo, os estabelecimentos dificilmente escapam de uma queda em sua lucratividade.
A partir dessa queda, podem surgir consequências adicionais, como a redução do quadro de funcionários e a paralisação de novas contratações. Tem-se, então, um efeito dominó preocupante para todos os envolvidos.
A inflação cria um ambiente de incerteza em relação à economia e insegurança em relação a diversas atividades comerciais — e, para a maioria esmagadora da população, em relação às próprias finanças.
Entenda de onde vem o problema
É importante saber que nem sempre a inflação significa que a economia vai mal. Ela também pode ser um sinal de que o mercado nacional está aquecido, com muita gente com dinheiro para gastar.
No entanto, em países em desenvolvimento, como o Brasil, o aumento generalizado nos preços é, normalmente, uma péssima notícia em relação à situação econômica. Isso é exemplificado pelo fato de que, desde 2019, o salário mínimo deixou de ser corrigido acima da inflação.
Os ganhos da maior parcela da população, portanto, não acompanham o crescimento dos preços. Isso reduz o consumo e causa prejuízos às empresas. No entanto, há meios de enfrentar o problema, que serão abordados adiante.
Como a inflação tem afetado o ramo alimentício?
O Brasil tem passado por um período de inflação alta, e diversos setores do comércio sentem os efeitos. Bares, restaurantes, bistrôs e outros estabelecimentos do ramo alimentício ainda sofrem prejuízos causados pela alta generalizada dos preços.
Em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 75% desses estabelecimentos apontaram o aumento nos valores de bebidas e alimentos como as causas dos resultados negativos em suas finanças.
Esses maus resultados impactam toda a cadeia produtiva: os estabelecimentos se endividam em relação aos seus fornecedores, que também perdem faturamento. Ambas as partes, então, podem sentir dificuldade para manter o padrão de qualidade de seus produtos.
Então, os estabelecimentos alimentícios são obrigados, muitas vezes, a repassar os custos extras para os preços finais de seus itens. Se a queda no consumo já tende a acontecer por dificuldades financeiras dos clientes, ela se intensifica com esse aumento de preço.
Como lidar com a inflação nos negócios?
Primeiramente, as empresas precisam adotar uma gestão 360º, que aborda todas as iniciativas para manter o bom desempenho do negócio — ou melhorá-lo. Isso inclui considerar as possíveis repercussões de todas as decisões.
O aumento brusco dos valores no cardápio gera um risco alto para o estabelecimento, já que clientes podem desistir de fazer pedidos e até buscar concorrentes que não elevaram subitamente seus preços. Nesse sentido, uma iniciativa importante é buscar a renegociação com fornecedores, para evitar ao máximo repasse à clientela.
É possível, ainda, buscar alternativas de matéria-prima com preços mais baixos — desde que isso não comprometa a qualidade dos itens produzidos. Uma opção adicional a isso é diversificar o cardápio para incluir alimentos mais baratos.
Alternativas à carne bovina são o frango e a carne suína, por exemplo. O empreendimento pode, ainda, complementar isso com campanhas promocionais para incentivar os pedidos — por exemplo, definir um dia da semana em que os itens com carne suína têm desconto.
Aspectos fundamentais para vencer essa ameaça
Para lidar com a inflação e outras situações adversas, os empreendedores precisam ter:
- conhecimento sobre o mercado e a situação econômica vigente;
- adaptabilidade e flexibilidade para adequar os procedimentos e as estratégias ao contexto;
- criatividade para propor soluções inteligentes;
- preparo e planejamento para ações de marketing.
Em relação ao marketing, as possibilidades da internet são algo que sempre merece sua atenção. Divulgar seu negócio online e reforçar sua presença digital é algo que pode ser feito com pouco ou até nenhum investimento monetário, mas que tem o poder de garantir um bom número e frequência de pedidos.
Então, atualize sempre as redes sociais, interaja com o público e busque meios de otimizar os processos e o alcance das entregas, caso o estabelecimento trabalhe com delivery. Com o aumento do número de clientes fidelizados, o faturamento aumentará — o que pode evitar consequências negativas adicionais, como a redução da equipe.
A inflação é um indicador que afeta a vida de todos os brasileiros, com impacto significativo entre empreendedores, fornecedores e consumidores. Além de entender o que é inflação e quais são suas consequências, é fundamental adotar iniciativas para driblá-la e manter o negócio lucrativo, como criar estratégias para a compra de insumos e reforçar a presença digital da empresa.
Um bom controle sobre suas finanças também é fundamental para contornar a inflação. Então, baixe gratuitamente a planilha de controle financeiro!
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