O ticket médio é uma informação que todo o dono de negócio precisa ter em mãos. Afinal, ele permite mapear como o faturamento tem se distribuído em relação aos consumidores. Na prática, isso serve de guia para criar estratégias que ampliam o quanto cada cliente compra.
Enquanto seus benefícios são claros, suas desvantagens demonstram a importância de ficar de olho nesse dado. Isso porque não acompanhar essa métrica deixa a gestão sem visão sobre o que pode estar atrapalhando sua lucratividade.
Para evitar esse cenário, entenda melhor como o ticket médio funciona!
O que é ticket médio?
Ticket médio se refere ao valor médio consumido por cliente em um determinado período. Seu cálculo é necessário para mapear o volume de consumidores e o quanto eles agregam aos resultados do negócio proporcionalmente.
Como efeito, fica fácil entender se a estratégia comercial — foco em preços baixos e alto giro ou na entrega de itens diferenciados, por exemplo — está funcionando. Ainda, possibilita criar novas opções para promover seu desenvolvimento.
Outras percepções decorrentes desse KPI (Key Performance Indicator ou Indicador-Chave de Performance) de vendas, incluem analisar se a precificação é adequada ou quais são os comportamentos de consumo do seu público.
Além disso, a partir dessa métrica, a organização consegue prever quando e se haverá lucro, e projetar o fluxo de caixa, bem como os investimentos, para melhor administrar as demandas que surgem.
Assim, não compreender os meios para acompanhar esse dado se torna uma prática que sabota a sua gestão financeira. Portanto, mesmo que você tenha outras tarefas na sua empresa, não deve descuidar desse tipo de informação.
Como calcular o ticket médio?
Antes de calcular o ticket médio, você precisa saber qual foi o faturamento total do seu empreendimento e quantas vendas foram realizadas no período que deseja apurar. Depois, é só dividir o primeiro pelo segundo.
Por exemplo, se em dezembro uma hamburgueria faturou R$ 38.000 e teve 1.100 operações registradas, cada uma girou em torno de R$ 34,54. Para não ter erro, lembre-se da fórmula:
ticket médio = faturamento / número de vendas
Não se esqueça de que os dados devem abranger o mesmo período.
Como analisar o ticket médio?
Analisar o ticket médio é uma atividade a ser executada periodicamente — por mês, semestre e ano, por exemplo. Mas também é importante acompanhá-lo a cada nova promoção, produto ou mudança na estratégia comercial.
O primeiro passo dessa avaliação é comparar os resultados com momentos anteriores. Na observação mensal, é possível fazer isso em relação aos meses passados ou ao mesmo período dos anos anteriores, contemplando sazonalidades.
Outra maneira é segmentar, considerando cada canal de vendas ou categoria de produtos individualmente. Uma lancheria que entrega em delivery e serve no salão pode calcular separadamente esses dois modelos de serviço para entender qual agrega mais.
Já quem aceita pedidos pelo telefone e por plataformas digitais ainda consegue dividir entre essas duas formas de captação. Restaurantes que servem itens diversos, como almoços e lanches, têm a chance de descobrir a média de cada um desses itens.
Nessa hora, tenha em mente que o que você está buscando é compreender o quanto o público está disposto a gastar com seu negócio e de que modo suas ações para incentivá-los a comprar têm sido efetivas.
Um dos grandes erros é ter um valor alvo, uma vez que desde o nicho até o perfil dos consumidores impactam nisso. Outra coisa a observar são os demais indicadores financeiros, como CAC ( Custo de Aquisição por Cliente), LTV (Lifetime Value, ou Valor do Tempo de Vida), custos e lucros, correlacionado-os com tal média.
Afinal, os investimentos para atrair compradores ou para produzir e manter a empresa aberta precisam ser compensados pelo consumo para haver lucratividade. Portanto, quando o ticket médio fica abaixo disso, é sinal de problemas financeiros à frente.
Como aumentar o ticket médio do restaurante?
Quando se trata de restaurantes e outros empreendimentos do ramo alimentício, novas formas de aumentar o ticket médio devem sempre estar na pauta da gestão. Veja as melhores estratégias nesse sentido!
Conecte-se com seu público
O atendimento sempre foi um elemento central para restaurantes e bares se destacarem. Porém, investir em sua qualidade, preparando a equipe, é só o começo do caminho para um negócio realmente se conectar com seu público.
Nesse cenário, é importante trabalhar para a construção de um relacionamento em que o cliente se sinta valorizado — e não só mais um frequentador para quem o empreendimento quer vender de qualquer maneira.
Entre as soluções para isso, estão ações que permitem criar um histórico, facilitando o oferecimento de produtos realmente adequados ao perfil. A venda por meio de plataformas e aplicativos ajuda ao formar registros do que é pedido do cardápio digital disponível, por exemplo.
Agora, se você está pensando em como essa sugestão impacta o ticket médio, saiba que tal estratégia possibilita a construção de uma reputação que atrai uma clientela qualificada, enquanto amplia a permanência das pessoas no local, aumentando as vendas.
Use estratégias promocionais
Outra forma de fazer cada comprador deixar um pouco mais de dinheiro no seu estabelecimento são as estratégias promocionais. Para avaliar quais se enquadram com seu negócio, é necessário conhecer cada opção. Entre as que podem ser aplicadas no ramo alimentício estão:
- benefícios para pedidos em um valor que supere seu ticket médio;
- descontos progressivos para quem ultrapassá-lo;
- preços menores para combos que custem mais que ele;
- ofertas de produtos complementares ou opções superiores;
- programas de fidelização para a recompra.
Precifique corretamente
Pelo visto, muitas das estratégias promocionais a serem adotadas no ramo alimentício envolvem o preço ou criam despesas para o negócio que devem ser cobertas por ele. Também é a partir disso que muitos clientes decidem comprar de uma empresa. Portanto, precificar corretamente tem relação com o ticket médio.
Sobre os elementos que impactam na sua formação, o especialista em delivery Fábio Bindes recomenda que é preciso “fazer a ficha técnica dos seus produtos e ter o domínio total do custo exato”. Ainda, aconselha a “olhar a percepção de valor que as pessoas têm do seu produto”, sem deixar de considerar os preços praticados pela concorrência.
Além disso, Fábio Bindes indica como técnica a precificação reversa. Nela, se o CMV (Custo da Mercadoria Vendida) ideal é 30%, em um item de R$ 20, ele deve ser de R$ 6. A dica é pensar ao contrário e se questionar: “O que você tem que fazer para caber um CMV de 6 reais nesse produto de 20?”
A gestão financeira é um dos maiores desafios dos pequenos empreendedores. Mas isso não deve ser um empecilho para os donos de negócios acompanharem métricas como o ticket médio, que fazem tanta diferença no sucesso de qualquer empresa. Para tanto, basta seguir as orientações deste post.
Para ajudar ainda mais, baixe a planilha de vendas e controle os dados de que você precisa para gerir seu negócio!
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