O que faz um restaurante vender? É o preço? O delivery? O atendimento? Não! É saber como montar um cardápio. Mesmo se o prato for barato e a equipe atender bem, de nada adianta oferecer inúmeras opções aos clientes‚ muitas delas desnecessárias.
Sou Herbert Gonçalves, Expert iFood, com atuação de mais de 5 anos no delivery, além de ser especialista em cardápio, combos e ofertas. Tenho formação em Gastronomia e já fui mentor de mais de 700 alunos. Aqui, vou compartilhar minhas experiências, ajudando você a montar um cardápio capaz de vender mais e fidelizar clientes.
Tudo preparado para alavancar o faturamento do seu negócio? Então, confira minhas 6 dicas para criar e organizar o seu cardápio!
Quais erros os restaurantes cometem ao organizar o cardápio no iFood?
Um dos maiores erros é ter um cardápio extenso demais. “Às vezes, o item nem vende, mas devido ao apego emocional do dono do delivery, ele não tira o item do cardápio”. Outro deslize é em relação às fotos. Tem gente que não coloca nada, mas também tem quem use aquelas imagens tiradas do Google, por exemplo.
Vamos falar a verdade… descrições muito básicas dos pratos não atraem o interesse de quem tem à mão tantas opções para escolher em um aplicativo de comida.
“Infelizmente, erros de português também são mal vistos nos cardápios”. Não tem jeito, o cliente vê isso como falta de profissionalismo do estabelecimento, e subjetivamente os outros errinhos entram nessa conta também.
“Ter uma pessoa cozinheira de mão-cheia, por exemplo, não é suficiente para o negócio ser lucrativo, pois existem muitos outros elementos a serem considerados”. Vamos a outro exemplo? Os itens não são colocados em categorias.
Em um delivery de pizzas, por exemplo, se elas não forem divididas em doces e salgadas, tradicionais ou premium, e por aí vai, isso pode confundir a pessoa que está escolhendo. Logo, há grandes chances de o potencial cliente ir para o cardápio mais organizado do concorrente.
Como montar um cardápio no iFood e facilitar a navegação do usuário? 6 Dicas!
“Existem diversas práticas para facilitar a navegação no cardápio, mas a principal de todas é um modelo de cardápio enxuto.” Aquele com poucos itens, escolhidos conforme os gostos das pessoas daquele nicho que o estabelecimento atende.
Mas também não dá para cair no desequilíbrio e inserir apenas 3 ou 4 itens, viu? Em outras palavras, “minha recomendação é inserir os pratos que os clientes realmente gostam, aquelas opções que têm uma boa rotatividade”.
As pizzarias, casas de tapioca e hamburguerias, geralmente, acham que o cliente quer variedade, e lotam o cardápio com muitas opções. “O que esses estabelecimentos estão fazendo, na realidade, é indo na contramão de uma boa experiência de navegação dos consumidores”.
Menos informações tendem a facilitar a visualização das pessoas — o contrário pode confundi-las. Inserir as fotos dos pratos e descrições também faz a diferença! Quer um exemplo?
Em vez de falar somente que seu hambúrguer tem pão, carne e queijo, valorize os ingredientes: “Pão brioche na manteiga, com queijo mussarela derretido”. Assim você consegue despertar mais desejo do cliente. De quebra, vale tirar uma bela foto do produto e ilustrar o item no cardápio com o diferencial da receita.
Ainda tem mais coisa que pode ajudar a melhorar o cardápio? Sim! Veja cada uma das minhas 6 dicas a seguir.
1. Organizar os itens do cardápio
Não é exagero, “o cardápio é o coração do restaurante”. Afinal, antes de um delivery ser aberto, é preciso fazer o cardápio, pois é ele que vai dar um norte de todos os itens e equipamentos necessários no preparo dos pratos.
Por exemplo, “se eu não tenho um prato gratinado no meu cardápio, para quê comprar um forno?” Além disso, a elaboração do cardápio vai mostrar quem é o público-alvo do restaurante, bem como o local onde essas pessoas vão estar.
O ticket médio também é determinado pelo cardápio. No caso específico do delivery, então, ele é mais que um menu, é o “garçom” do restaurante, que faz a ponte com o cliente. Já pensou nisso? “Se cardápio for específico o suficiente, ele pode promover a venda por si só”.
2. Usar fotos de alta qualidade
“Mesmo se eu tentar tirar uma foto real, ela pode não ficar com uma qualidade boa, se a lente da câmera estiver suja, por exemplo”. Da mesma forma, se o lugar onde a foto da comida é tirada for escuro, ou com flash ativo, tudo isso vai minando a qualidade do cardápio.
Sempre tenha em mente que uma imagem vale mesmo, mais do que mil palavras. Na prática, “o cliente não quer apenas um prato saboroso, mas enxergar que eu, o dono, tenho todo o zelo pelo meu negócio, com atenção aos detalhes”.
Nunca devemos nos esquecer de que a função do cardápio é prender a atenção do cliente, e a foto de qualidade é parte desse processo. De fato, “a imagem do item tem que ser condizente com aquilo que eu me proponho a vender”.
3. Elaborar boas descrições dos pratos
Na hora de estruturar um cardápio, além de uma boa imagem, é preciso apresentar uma descrição atrativa do produto. Veja só um exemplo simples de descrição que pode trazer receita pro meu restaurante:
“Delicioso filé de frango empanado, coberto com um tradicional molho de tomate e gratinado com queijo mussarela. Acompanha arroz soltinho e batatas fritas sequinhas e crocantes.”
“Para uma descrição dessa, eu não precisei ser poeta ou escritor, apenas usei adjetivos que ressaltam a qualidade do meu prato”. O cliente precisa ter a melhor experiência possível, e isso não começa quando a comida chega à sua mesa ou casa, mas quando ele imagina o prato com a foto e a descrição no cardápio.
4. Segmentar e categorizar os pratos
A estrutura de um cardápio atrativo deve ser pensada com todo cuidado e critério. “Como falei mais acima, um dos grandes erros que precisam ser corrigidos é a falta de categorização dos pratos”.
Imagine a pessoa que vai ao restaurante pela primeira vez. Ele não vai conhecer os pratos disponíveis. Agora, se ele vê que no cardápio os itens categorizados, vai ter mais facilidade para escolher. Além disso, a tendência é optar por aquele prato que vende bastante, “e eu tenho que ter esse entendimento de destacar exatamente este item”.
Categorias do tipo “mais vendidos”, “dicas do chef” e “sugestão da casa” podem ser usadas. Outra categoria interessante a colocar no cardápio são as promoções, para aquelas pessoas consumidoras que gostam de comer bem e economizar.
5. Criar destaques no cardápio
“Os destaques são fundamentais no cardápio, porque são a vitrine do meu negócio”. Nesse sentido, convém dizer mais uma vez que você precisa conhecer os melhores pratos do seu negócio, de modo que oriente o seu cliente na hora de conferir o cardápio e escolher.
Se o prato é bom e vende, ele merece um nome de prato chamativo, como:
- Parmegiana de frango com refrigerante grátis.
Também é importante que os destaques evidenciem os itens principais do seu cardápio. Ou seja, os pratos mais atrativos do seu delivery devem ocupar esse espaço.
6. Ofertar combos atrativos e vantajosos
Os combos são produtos complementares, oferecidos em conjunto no seu cardápio, como prato principal, bebida e sobremesa. Essa opção traz mais praticidade ao cliente, facilitando a escolha do pedido.
“Quem não gosta de combo bom sujeito não é”. Brincadeiras à parte, para criar bons combos, considere a variedade de paladares e a preferência dos clientes, além da combinação harmoniosa de sabores.
Na prática, o restaurante pode investir em acompanhamentos, sugestões personalizadas e ofertas especiais. Estas podem ser, por exemplo, aquele combo temático ou sazonal, criando um senso de exclusividade e incentivando os consumidores a experimentarem algo único.
“Posso fazer um combo com prato principal, bebida e sobremesa, que sai mais barato do que a compra separada de cada um de forma individual”. Mesmo oferecendo um desconto inicial, a estratégia do combo pode fazer aquela pessoa voltar mais vezes — fidelizando clientes e criando promotores da sua loja.
O que mais considerar nas etapas de um cardápio?
Ainda que um restaurante seja composto por vários outros elementos (precificação, equipe interna e entregadores, embalagens, marketing etc.), fazer uma boa vitrine é essencial. É ela que vai aumentar as chances do restaurante de lucrar mais e conquistar clientes recorrentes.
“Um bom cardápio tem algumas funções básicas: facilitar a vida do cliente; facilitar o processo de compra e tirar dúvidas e objeções.” Isso vai ser bom tanto para aquele consumidor que já está quase decidido pelo que vai querer quanto para aquela pessoa que busca algo novo.
Em resumo, um bom cardápio deve apresentar as seguintes características:
- ser enxuto e objetivo;
- ter boas imagens dos itens;
- mostrar boas descrições, sem descuidar do português;
- dispor os pratos divididos em categorias;
- ofertar promoções;
- apresentar os adicionais complementares ao item;
- oferecer a opção de combos.
Saber como montar um cardápio de restaurante é o coração do negócio. Se ele for bem feito, o cliente não vai comer uma, mas duas, três vezes ou mais, e ainda vai trazer outras pessoas para experimentar os pratos. “Espero que minha experiência ajude você a organizar o seu cardápio e, claro, a alavancar as vendas do seu estabelecimento”.
E agora, você já vai colocar minhas dicas em prática? Antes, aproveite para baixar um material gratuito e imperdível sobre as mais recentes tendências do delivery e turbinar as suas próximas estratégias!
2 respostas
Ótimas dicas, porém tenho muitas dúvidas quanto a cardápio de doces, até coloco por categoria mas não tenho certeza se está correto, as fotos acho que tenho que melhorar um pouco mais, outra coisa o chat eles não informação quanto a produtos iscas isso ajuda muito né? Mas obrigado por compartilhar suas experiências